Energia poetica no tempo

A energia poética no tempo

A poesia visa criar

Mesmo que minimalista

Signos capazes de curar

Ainda que naturalista

Despida pelo improvisar

Faz o poeta ser seguido

Sem ser compreendido

Numa centelha do seu olhar

Leitor e espectador

Criatura e obra

O poeta e sua dor

Uma curtida que sobra

Unidos, poeta e leitor

Pela vida que lhes cobra

Decimar Biagini

Caminhos, sentença e contrariar

Caminhos, sentença e contrariar 

Devemos ser muito tolerantes

Certos caminhos têm importância

Nossas vidas não são como antes

Onde vamos com tanta ignorância?

Ora algo está muito grande

Ora está pequeno demais

Sentença muda a todo instante

Falta de empatia, tanto faz

Não se fala em sã consciência

São globais as catástrofes

Nos perdemos em demência

Lá se vão vidas em estrofes

E a humanidade, em decadência

Para contrariar, sem respostas

Decimar Biagini

Por anos melhores

Rumamos para o Natal

Um ano para esquecer

Trejeitos de horror afinal

Muita gente vi sofrer

Rumamos para o Natal

Um ano para lembrar

Tanto aprendizado afinal

Quanta coisa para amar

As escolhas são suas

Agradece ou lamentar

As verdades são nuas

Mas é possível mudar

Mude as palavras duras

Chega de reclamar

Decimar Biagini

20 de novembro de 2020

Soneto para quem paga o pato

E a vida segue seu curso

Com algumas variações

Quem perdeu tem recurso

O outro arquiva intenções

Na Câmara o velho discurso

Vamos ficar a par da situação

Na Prefeitura pouco concurso

E muito cc para distribuição

O eleitor volta para a vida

Sem assunto, volta Covid

O poeta segue sua lida

Ora mudo, ora sem ouvido

O único alento é tua curtida

Melhor poesia que comprimido 

Decimar Biagini

Tudo na mesma, com certa agonai

Nada mudou na comuna

Inventaram um novo normal

Políticos na virtual tribuna

Fazem velhas promessas e tal

Fase dois ou três, tá crítico

Parece aqueles clássicos games

Em um tema pós apocalíptico

Porém, máscara nos zumbis

Fora isso, quase na metade

O novembro segue com filas

Logo se define o sultão de jade

E a choradeira formará ilhas

O lado bom é que nada piora

Nem mesmo melhora

Pois chegou num nível lá fora

Que é melhor falar outra hora

Decimar Biagini