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domingo, 15 de setembro de 2024
Desnudando o cotidiano
Então é dia 15
Como você acordou?
Onde tocou primeiro?
Escova? Celular? Meditou?
Primeiro dia no mês
em que vejo céu azul
Aconteceu com vocês?
O poeta se sente nu
Quando fala no cotidiano
Acordei meio assim
Sem qualquer plano
Domingo, aí de mim
Meu doce desengano
Eis a poesia, fim!
sábado, 14 de setembro de 2024
O ETERNO 20 SE APROXIMA
O ETERNO 20 SE APROXIMA
Nas Coxilhas de campo aberto
Entre a alma do vento e o pó da estrada
Me criei, gauchinho atento
Observando encilha bem alinhada
Nos cantos da estribaria
Botas tiniam ao toque do couro
E o suor da lida de cada dia
Misturava-se ao mate e ao jorro
O 20 de setembro se aproximava
O cheiro de cavalo e poeira no ar
A bombacha recém engomada
Era tempo de o pampa saudar
Meu avô Brasil da Silveira
Quarta geração de sesmeieiro
Com orgulho e altivez verdadeira
Desfilava seu dna tropeiro
No braço forte, bandeira erguida
Eu guri com pouco mais de três
No colo dele, firme na vida
Já sentia o amor ao que ele fez
A marcha do passado nos guia
E o campo, guardião da tradição
Carrego as memórias, a valentia
Do homem, do cavalo, da nação
Decimar da Silveira Biagini
14 de setembro de 2024
Indriso Noturno
No silêncio, ouço a moto acelerar
Um eco grosseiro, de entrega pertinaz
Uns com fome, outros a esperar
Eu de palavras, num tímido suspirar
E a noite, em seu véu perspicaz
Abraça o tempo, me pego a lembrar
Abro o recanto, a buscar alguma paz
Em cada leitura, um caminho a congregar
acrostico chamas
Consumimos no limite
Humanidade traiçoeira
Amamos sem convite
Mata queima sexta-feira
Ao 13 do mau alvitre
Só fumaça, na Pátria inteira
sexta-feira, 13 de setembro de 2024
Seppuku do Samurai
Seppuku do Samurai
Haikai, meu velho
Carmim chove no jardim
Pobre eremitério
Decimar Biagini
Haikais à forceps
Haikais à fórceps
Crio meus haikais
No meio, versos feios!
Se bons. Tanto faz
Decimar Biagini
Doce Recanto
Gosto da analogia
Brinco com metáforas
Escrevo todo dia
Arrisco em anáforas
Me deito cedo
Entre orações
Meto meu dedo
Em tentações
Escrever aqui no recanto
Meu último e único vício
Redes sociais sem encanto
Me levariam ao precipício
Decimar da Silveira Biagini
Vigília do Gaúcho Benedito
Vigília do Gaúcho Benedito
Guarda da chama, legado
Benedito ensina
olha atento, desconfiado
o 20 se aproxima
Com pito em mão, observa
cada gesto é analisado
esfumaceia e sorve a erva
tradição é preservada
"Nego" Benedito, se foi
A chama segue lembrada
Sexta-feira 13: Um dia qualquer?
Era o treze, o mês de setembro
Quando o mundo, em sopro lento
Despertava numa sexta sem vento
Num chamado profundo, violento
Nas sombras da história, o sol surgiu
Com raios dourados que o caos viu
Guerreiros erguiam-se, céus rugiam
Sob o mesmo céu onde anjos dormiam
Das nações, ergueu-se um clamor
O grito da terra, de dor e ardor
Homens marchavam, bandeiras no ar
Buscando justiça, querendo lutar
No leste, os mares em fúria bradavam
No oeste, as montanhas se ostentavam
Povos uniam-se em um só desejo
De paz e verdade, o mais alto ensejo
Cidades tremiam com passos ousados
Nações esqueciam rancores passados
Um pacto de sangue, um juramento
Treze de setembro, um só pensamento
Crianças sorrindo, o futuro a escrever
Poetas cantando o que viria a ser
E as mãos entrelaçadas em uma canção
De amor, de coragem, de redenção
Oh, treze de setembro, marco imortal
Que sela no agora um mundo ideal
Tu és o dia em que a história se faz
Um épico eterno, em nosso mês