NOSSO TEMPO RUGIA E A TRAVESSIA ERA GRANDE
Somos pessoas simples. Não decidimos quando iniciam nem quando terminam batalhas contra países e impérios colossais. Mal fomos instruídos a nos preparar para a própria subsistência.
Nessa dura jornada existencial, nossos pais tentaram passar à nossa geração a importância do estudo em detrimento da disciplina e do sofrimento áspero laboral. Mesmo quando ganhamos alguns diplomas, por vezes nos perdemos de nós mesmos, ou simplesmente olhamos ao lado e vemos uma porção de gente que seguiu o mesmo caminho e daria tudo para aproveitar as oportunidades que tivemos. Por vezes evitamos o olhar crítico no espelho, com a correria dos dias iguais, na verdade, olhamos mais a agenda, o celular ou o relogio do que encaramos nossa própria face. Não é raro, olharmos um artista ou aquele amigo esquecido e comentarmos: - como envelheceu o ciclano, então por mera situação chegamos correndo em casa e nem percebemos o quanto estamos no mesmo barco temporal. Após deixarmos esta vida, a vaidade e o orgulho farão Júri no nosso maior Tribunal. Quando nos despedimos de um ente querido, que sequer tivemos a chance de perguntar na corrida do ganha pão: - Como foi seu dia hoje? Fez algo de que se arrependeu? Nos limitamos a conhecer tal pessoa superficialmente nas horas boas (festas, fofocas, etc...) e temos o grande clichê de dizer aos demais na hipócrita despedida: - Fulano era uma boa pessoa, descansou!
Que essa parada obrigatória para dentro de nossas famigeradas casas existenciais sirva ao menos para refletirmos sobre um pouco só que lançado acima. Sejam felizes meus caros amigos, estamos no mesmo barco e não temos tempo para discutir quem vai ser nosso timoneiro!
Decimar Biagini - Na Cruz Alta, aos 25 de março do ano do galo.
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