UM NOVO ANO
No primeiro ano sóbrio
Em que inicio um desafio holístico
Leio uma literatura febril
Em que a abordagem é metafísica
Alguma dúvida lançada ao nada
Certas promessas, inalcançáveis
Me tornam escravo da palavra
E idéias presas são vendáveis
Quase nada me assusta
Pois segui o protocolo das uvas
A comilança foi bem robusta
E acordei com o barulho das chuvas
Alguns raios ficaram para trás
Presos a medos existenocialistas
E meus ensaios de poesia ineficaz
Foram queimados com algumas revistas
Era preciso, pois o churrasco do ano novo
É mais importante que o ego de outrora
E confuso, aparo o casco, enquanto olho o fogo
Hoje sou coadjuvante da nova alma que aflora
Sinto leveza com a paternidade, novo jogo
Talvez seja esta a ilha, na bonança, encontrada
Pois a beleza de verdade, não está no ano novo
Mas na mudança atitudinal diariamente operada
Espero que todos encontrem esta vontade
Vivenciem cada dia como quem rompe a casca do ovo
E mestes sentimentos que beiram a liberdade
Alcancem sintonia musical interior, registrando-na a rogo
Pois tão bom era quando não sabíamos assinar
Não havia responsabilidade na melodia pueril
Decimar Biagini
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