Silêncio antigo, véu de madrugada
que embala os passos da alma que pensa
és vinho puro, na taça guardada
em tua ausência, o verbo dispensa
Não gritas nunca, mas dizes inteiro
o que o ruído jamais traduzira
a dor, o gozo, o olhar verdadeiro
que no murmúrio do nada respira
No teu decanto, tudo se revela
a sombra leve, a música oculta
a paz que canta sem abrir a cela
da carne tensa, que ao tempo resulta
Fica, silêncio, sê meu confessor
meu doce amparo, vinho e amor
Decimar da Silveira Biagini
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