DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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segunda-feira, 30 de junho de 2025

Ouro e poeira



Não grites aos ventos o segredo
A turba ri da dor e do amor
Silente o ser que arde e vive
Deseja o fogo deseja o voo
Morrendo se faz ressurreição

Na noite em que as velas tremem
Concebe a alma o que foi esquecido
Uma chama estranha se acende
Enquanto a sombra adormece
Enquanto a carne esmorece
O espírito parte não teme

Não há distância nem aço nem muro
Que cale o grito da alma desperta
Na sala escura da Terra apagada
Ecoa o canto de quem já morreu

És mariposa que cega voa
Sede de luz sede de fim
Queima as asas queima a carne
Mas não queima o que é sem fim

Enquanto não morres em vida
Serás só mais um convidado
Que vaga mudo e perdido
Na sala escura do chão

Mas se no peito aceitares a queda
Se ao fogo deixares o medo
Serás clarão no abismo
Serás sopro nos escombros
Serás verso que não se apaga

Aos que governam as cinzas
Aos que dançam no poder sem chão
Digo a máscara um dia se parte
O ouro ao pó voltará
Só o amor restaura o mundo
Só quem morre em si brilhará

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