Acordei hoje com o mundo tenso, o coração batendo com a dor dos povos — e os jornais ecoavam o som de um faroeste cósmico, onde os Estados Unidos agem como cowboys que, ao invés de aguardarem o sinal do duelo, sacam primeiro, desdenhando tratados, fronteiras.
Como assistir tudo isto com poesia e esperança?
Deixo então minha visão poética na geopolítica — a fé no meio da tormenta.
"Israel ataca, EUA pressionam, Irã resiste. Europa se arma, mas eueopa ainda não se alinha. A história se repete com nova roupa, mas velhas intenções."
Na crônica internacional de vários países que se iludem com sua soberania, vemos fortes críticas à posição americana e israelense, apontando ações desproporcionais, violações do direito internacional e a manipulação da narrativa sobre o Irã — como se este fosse sempre a única ameaça, ignorando os horrores do Mossad, o passado colonialista da CIA e o genocídio cotidiano na Faixa de Gaza.
A União Europeia, mesmo sem um tiro, prepara o terreno: periódicos europeus relatam um “pacote de prontidão militar” para rearmar-se até 2030, como quem ajeita o colete antes do vendaval.
O Irã, sempre no banco dos réus, é apresentado como o vilão nuclear, ainda que nada novo tenha sido provado. E nenhuma palavra — diz o articulista — sobre a derrubada de Mossadegh e a imposição do Xá por mãos ocidentais. Como confiar nas vozes que acusam quando elas mesmas incendiaram os campos?
Talvez eu faça alguns haikais
I
Acordo e estala
a bala sem duelo
no céu sem janela
II
A lei, violada,
pela mão do forte,
morre abandonada.
III
Gaza sangra e grita,
mas o cowboy reza
por sua conquista.
IV
A Europa afia
sua espada antiga
com nova ousadia.
V
Em mim, a esperança
não curva a cabeça,
medita e não cansa.
VI
O Espírito avisa:
“Se a guerra é o enredo,
teu amor poetiza.”
Sigo então, não iludido, mas desperto. Há sombras no céu, mas também há manhã. E se os impérios rugem, que os corações se abram. Há uma força superior que não lança mísseis, mas pulsa em silêncio nas almas que resistem.
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