Não é meu costume
Acostumar-me com a vida
Eu era um vagalume
Hoje sou luz expandida
Não me considero
Um ser antropocêntrico
De Deus eu espero
Um presente nada excêntrico
Se acaso ele achar muito
A mantença da nova Musa
Boa verve e muito assunto
Um vinhedo em Siracusa
Uma neve existencial de fundo
Acho que este poeta não abusa
Ao pedir tal poema fecundo
Queria agradecer evidentemente
Ao poder de divagar sem compromisso
Ao rimar com o que vem na mente
E pedir perdão por este agradável vício
O ano se foi ligeiramente
O COVID amedrontou a terra
E lá fora socializar está tão atraente
Um ciclo hoje se encerra
E assim o poema se acalma
Como um rei que cedeu o trono
Que voou até o verão sem guerra
Talvez o leitor um dia queira
Nossa vida sem amor é obsoleta
Dar a este poema um novo dono
E a crisálida virará borboleta
Decimar Biagini
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