Eu sou aquele que ficou sozinho
Escutando a chuva na espera da musa
Eu sou aquele triste passarinho
De asas molhadas na gorjeada reclusa
Tudo observo, tudo relato, pouco sinto
Pois o amor e a saudade me ocupam
Aqui da gaiola, o silêncio do recinto
Parece querer falar com as gotas de chuva
A ansiedade, o conforto do poema
Trocaria neste instante pela presença dela
Minha verdade, minha flor alfazema
Idolatria triunfante de uma crença sem vela
Jogo então as asas contra a chuva
Na segunda tentativa de sair pela janela
Rogo com devoção, mas caio como uma uva
Fora do cacho, sem asas para voar até ela
Alucinatória revoada na sonda da consciência
Sofro com a pancada da chuva, novamente a insistência
Sem a musa sou um nada, na solidão dessa existência
Decimar Biagini
Lidar com a tragédia
-
Lidar com a tragédia
Ela nos coloca
diante dos limites
E nos provoca
A sermos bons ouvintes
Aos conhecimentos
que nos orgulhamos
Seguir na sobrevivência
...
Há 3 dias
Um comentário:
Muito lindo... sempre...
Postar um comentário