Meu anjo tem o doce encanto
Tem lábios carnudos e macios
Tem o jeito do pecado santo
Provocando-me mil calafrios
Quando cai a noite silente
Quase sempre que a vejo
A invernia se faz quente
No suco do nosso beijo
E de seus lábios o gemido escuto
É leve a criatura celestial
O tempo é sempre tão enxuto
Diante do desejo carnal
Como o vinho da serra farroupilha
A saliva do seu beijo é grande reserva
Voando com ela o poeta preserva
A felicidade de quem acumula milhas
Perdoa-me, meu amor, meu anjo
Se me excedi ao relatar loucuras
É que em febre noturna, delirando
A saudade imprime penas duras
Resta escrever, enquanto o corpo vai esfriando
Decimar Biagini
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