Viajei num espaço melancólico,
Mergulhei num silêncio hipnótico,
Vi meu ego em transe simbiótico,
Num relâmpago azul, psicotrópico.
Desatei minha infância esquecida,
Num brejal de memória contida,
Ela ria na lama estendida,
Feita flor no adeus à partida.
Fui catando os pedaços do espelho,
Feito um monge dobrando o joelho,
E costurei meu retalho vermelho
Com a linha dos sonhos no velho.
Percebi que era hora de soltar
As ideias que vinham a pesar;
Recolhi o que pude iluminar,
Deixei sombras sem rumo calar.
Hoje escrevo a ti, meu leitor vergueiro,
Que vagueia em silêncio derradeiro:
Vai buscar teu sonho verdadeiro
Nos brejais do teu próprio roteiro
Decimar da Silveira Biagini
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