DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Noite Literária ALPAS-21, 14 de novembro, no templo Mário Quintana




Noite Literária ALPAS-21

Bandeira tremulando
na secular palavra
Quintana consagrando 

Vozes unidas
no protocolo sagrado
arte conduz arte

Rejane e eu
Jailana em sintonia
três ideais vivos

A presidente
como fênix renascida
Honra em frente

Flashs e momentos
microfones levantam alto
a chama do evento

Casa acolhida
o Mário Quintana abre
asas sobre a noite

Capa e medalha
a honra repousa leve
no gesto que serve

Piano à espera
a palavra é melodia
irmãos no acorde

Nos olhos do público
se acende o encantamento
a arte respira

A noite inteira
um sutil colibri pousa
ALPAS agradecida

Decimar da Silveira Biagini

sábado, 8 de novembro de 2025

O Evangelho à Luz da Expansão da Consciência – Uma Jornada Poética e Espiritual - feira do Livro Cruz Alta-RS


Decimar da Silveira Biagini
Poeta Consciencial, advogado, reikiano e espiritualista

Nascido em 31 de julho de 1982, em Cruz Alta – RS, cresceu entre livros, mate, colheitas e o silêncio profundo das coxilhas missioneiras. Filho de professores e descendente de agricultores, herdou tanto o amor ao estudo quanto o respeito às raízes da terra — onde tudo começa e a tudo se retorna.

Atua como trabalhador da Casa Espírita Caminho da Luz, onde colabora em atividades de estudo e passes. A casa tem por patrono espiritual seu tataravô, Cândido Machado da Silveira, cuja presença amorosa permanece como fio ancestral de orientação, cuidado e exemplo silencioso.
Esse vínculo familiar e sutil traz à sua trajetória uma memória de serviço que atravessa gerações.

Poeta de natureza introspectiva e observadora, viu sua sensibilidade aprofundar-se após os desafios e recolhimentos da pandemia. A dor tornou-se rito de transformação, revelando que o sofrimento, quando acolhido com escuta e sinceridade, pode despertar em nós um modo novo de estar no mundo.

É autor de “Despertar do Reikiano”, obra em que reúne práticas, reflexões e caminhos energéticos para o cuidado de si e do outro sempre em perspectiva amorosa e responsável na transmutação de energias limitantes com diversidade de estilos poéticos, tais como sonetos, acrósticos, poesias e poemas.

Sua escrita segue o ritmo do coração e da respiração; cultiva poemas de travessia, flibaikus musicais e cantos de reconexão interior, onde espiritualidade e humanidade se encontram sem separação. Tem mais de 550 poemas musicais no YouTube e canções no site recanto das letras além de publicações em seu blog.

Sua mensagem, tanto na palavra quanto na presença, permanece clara e simples:

A vida é um retorno
Cada passo é lembrança
Cada gesto é oração.

Entende seus resgates na região de Cruz Alta-RS como um chamado de volta à Cruz Missioneira entre constelações, teve passagem por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Porto Alegre-RS, que se fundiram com poetas e amigos afluentes abraçando saraus, oficinas, projetos culturais, academias literárias, feiras de livro com propósito de servir como ponte para despertar da consciência e esperançar propósitos com simplicidade e entusiasmo.

Esposo de Fernanda, pai de Arthur e Valentina, distribui seu tempo entre poesia, responsabilidade, amor e contemplação. Possuindo paixão por culinária, oficinas culturais, poemas e arranjos musicais. 



Ao Bom Pastor Jesus de Nazaré, por não desistir desta ovelha!


ALEXANDRIA CONSCIENCIAL – BIBLIOTECA DO DESPERTAR

CAPELA, onde tudo começou

Velho clarim chama
Almas de brilho antigo
A lembrar do voto

Quem retorna à Terra
Traz no olhar a alvorada
De antes do esquecimento

Missão não é peso
É saudade que trabalha
Em forma de gesto

RAMATIS — Cosmologia Espiritual & Civilizações Sutis

A Vida no Planeta Marte — Ramatis

Brumas vermelhas
uma cidade de música
anda no horizonte

O tempo é outro
pulsa em ondas de cristal
sobre montanhas

Quem vê com o coração
reconhece nos irmãos
a mesma infância

O Evangelho à Luz do Cosmo — Ramatis

O Cristo é esfera
que abraça todas as órbitas
sem distinção

Universos giram
como contas de rosário
nas mãos da Paz

A fé verdadeira
não é crença, é expansão
do próprio ser

Mensagens do Astral — Ramatis

O vento ensina
a voz que ninguém escuta
quando se cala

Mundos se dobram
como véus sobre véus leves
no sopro azul

O invisível fala
a quem aprende a ouvir
o silêncio pleno

UNIVERSALISMO, AFIRMAÇÕES, MEDITAÇÃO E YOGA

Autobiografia de um Iogue — Paramahansa Yogananda

No perfume leve
uma presença antiga chama
o nome eterno

O Mestre sorri
antes mesmo do discípulo
lembrar-se de si

Meditando escuto
a nascente que não cessa
dentro do peito

Ramakrishna — Evangelho Vivo

Velha bengala
aponta o caminho simples
entre multidões

Deus é sabor
e cada alma é fruta
amadurecendo

Quando não há nome
o amor permanece inteiro
sem fronteira

Sai Baba — O Amor como Caminho

O olhar acende
como brasa violeta
a flor do coração

Não há distância
entre amor e milagre
quando se doa

A luz aponta
não para o céu distante
mas para o agora


Cânticos de Amor e Renúncia
Joanna de Ângelis / Psicografia de Divaldo Franco

Brisa no claustro:
o silêncio aprende a ver
o que não passa.

Dom de lembrar-se
da luz antes do corpo
alma antiga.

Flor que se oferece
sem esperar primavera:
renúncia é aurora.


Seara dos Médiuns
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco

O sino chama:
nem todos ouvem o som —
a fé responde.

Entre dois mundos,
o sopro que toca o peito
vem de uma estrela.

Lâmpada acesa
na sala do pensamento:
vigia e ora.


Trilhas da Libertação
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco

Caminho interno:
quem desce para o abismo
sobe em verdade.

Corrente oculta
liga o ontem ao infinito
alma viajante.

No espelho nasce
o rosto que esperávamos
há mil verões.

Spei Mariae
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco

Mãe de silêncio,
teu perfume é o desmaio
das ansiedades.

Mar de ternura,
nas tuas mãos de alvorada
o medo dorme.

Círio discreto
no quarto de cada alma:
esperança é azul.

Sepé Tiaraju: Alma Guarani do Sol Missioneiro
Psicografia contemporânea / Tradição espiritual guarani-cristã

Grito na mata:
“A terra tem dono — Deus!”
Vale ressoa.

No arco vivo,
um rio de pássaros guarda
a lança antiga.

Nos teus passos,
a campina aprende o verbo:
“Ainda lutamos."

O Peregrino das Searas Eternas
Cândido Machado da Silveira / Tradição Doutrinária Regional

Vento de agosto:
o tropeiro segue o canto
da estrada aberta.

Reza e poeira
sobre o couro do arreio 
alma cavaleira.

Na cruz do cerro
o pouso final é brisa:
ninguém morre só.

A Voz das Missões Invisíveis
Cândido Machado da Silveira / Linhagem mística missioneira

Tambores leves:
o coração recorda
as fontes claras.

Flor do Jaguari,
cheiro de erva e saudade
no mesmo mate.

Céu das Coxilhas,
a alma volta ao seu ninho
sem pedir licença.


MEDICINA ESPIRITUAL & CURA

Zé Arigó e o Dr. Fritz — O Médico do Além

A mão descansa
mas a lâmina obedece
à ordem invisível

Sala pequena
corações de toda parte
esperam em prece

Cura é encontro
entre a dor e o abraço
que não julga

Eustáquio — Médico das Almas / Miramez

A dor é bússola
mostrando o ponto exato
onde amar mais

O corpo fala
em linguagem de memórias
de muitas vidas

Cura começa
quando a alma diz "eu vejo"
a própria história

André Luiz — Evolução em Dois Mundos

A mente molda
tecidos da existência
em planos sutis

Cada célula
escuta um pensamento
antes de agir

Corpo é harpa
tocada pela luz
ou pela sombra

INFÂNCIA ESPIRITUAL & SEMEADURA DO CORAÇÃO

Cartilha do Bem — Evangelização Infantil

Pequena vela
ilumina mundos largos
com sua chama

A bondade cresce
como árvore que dorme
antes de florescer

Quem ensina amor
se torna estrela na noite
de outra alma

Turma do Chico Mirim — Espiritismo para Crianças

Risada pura
é o som da alma lembrando
sua verdade

Histórias simples
guardam portais antigos
em cada gesto

A prece pequena
muda o vento ao redor
sem esforço

O Pequeno Evangelizador — Obras pedagógicas espíritas

Mãos infantis
plantam sementes eternas
no chão de hoje

A roda se forma
e o sagrado assenta ali
sem alarde

Jesus caminha
entre lápis de cor
e cantigas

Eurípedes Barsanulfo – O Apóstolo da Caridade
Biografia espiritual / Diversos autores da seara espírita

Sol de Sacramento:
a escola vira sacrário
quando ele ensina.

Médium do gesto,
onde a mão toca, a dor cessa —
caridade é verbo.

Noite estrelada:
o colégio inteiro ora
sem perceber.

Bezerra de Menezes – À Luz da Caridade
Bezerra de Menezes / Diversas psicografias

Velho sereno,
o olhar que sabe acolher
sem perguntar.

Na batalha,
quem cai encontra no abraço
o próprio lar.

Branco das túnicas,
manto de paz que cobre
a dor do mundo.

Paulo e Estêvão
Emmanuel / Psicografia de Chico Xavier

Poeira antiga:
um nome muda destinos
quando se entrega.

Pedra que fere
vira altar de testemunho
se a alma escuta.

Do ódio ao Éden:
quando a voz de Cristo chama,
ninguém é o mesmo.

Há Dois Mil Anos
Emmanuel / Psicografia de Chico Xavier

Roma dourada,
por trás do mármore o choro
do coração.

Lázaro espera,
a noite é só travessia
para o que nasce.

Na arena viva,
o sangue é semente eterna
de compaixão.

Os Mensageiros
André Luiz / Psicografia de Chico Xavier

Portas se abrem
no silêncio entre dois mundos
que se procuram.

Anjos discretos
caminham como operários
no chão das almas.

Correio vivo:
cada prece tem destino
se o amor escreve.

Missionários da Luz
André Luiz / Psicografia de Chico Xavier

A luz respira,
desce em espiral suave
pela cabeça.

O corpo dorme,
a alma desperta em vigília
de transparência.

No alto, aprendemos:
ser luz não é ser estrela,
é ser caminho.

A Vida no Mundo Espiritual
André Luiz (série completa)

Cidades claras,
ruas de vento perfumado
e aprendizagens.

A morte é porta,
não fim — mas mudança leve
de vestimenta.

Vidas se tocam
como rios que se encontram
no mesmo mar.

Os Essênios e o Evangelho
Hermínio C. Miranda

Areia branca,
sobre ela o passo antigo
de quem já sabia.

Silêncio puro,
o sopro do Mestre chega
antes do verbo.

A estrela guia
não aponta para fora:
nasce no peito.

A Grande Síntese
Pietro Ubaldi

Estrada de fogo,
cósmica espiral que chama
a alma ao alto.

O verbo vibra
antes de ser pensamento
música do ser.

Quando entendemos,
o universo se recolhe
num só instante.

A Casa Redentora
Miramez / Psicografia de João Nunes Maia

Tijolo eterno
feito de lágrimas doces
e mãos feridas.

Redenção lenta,
cada gesto reconstruindo
o que doeu.

No altar do afeto,
até o erro vira ponte
de regresso.

Seara de Luz – Iniciações
Trigueirinho / Casa Figueira

Os sinos longos
chamam a alma a recordar
suas veredas.

Olhos fechados,
o universo respira
dentro do peito.

Na mata branca,
a bruma traz velhas vozes
de mestres serenos.

A Vinda do Irmão Maior
Trigueirinho

Estrela aquática,
pairando sobre o silêncio
da madrugada.

Sinais ao longe
quem escuta o próprio sopro
já está desperto.

Não se anuncia:
a presença é suave
como manhã.

RAIO VERDE — CURA, VERDADE, HARMONIA
(Hilarion, Mestra Nada atuando no equilíbrio do coração)

No silêncio verde
A ferida lembra o corpo
Mas a alma canta

Luz que recompõe
O que a dor havia tomado
Flor refaz perfume

No templo esmeralda
As mãos não tocam a carne
Tocam o espírito

Eurípedes Barsanulfo – O Apóstolo da Caridade
Biografia espiritual / Diversos autores da seara espírita

Sol de Sacramento:
a escola vira sacrário
quando ele ensina.

Médium do gesto,
onde a mão toca, a dor cessa —
caridade é verbo.

Noite estrelada:
o colégio inteiro ora
sem perceber.

Bezerra de Menezes – À Luz da Caridade
Bezerra de Menezes / Diversas psicografias

Velho sereno,
o olhar que sabe acolher
sem perguntar.

Na batalha,
quem cai encontra no abraço
o próprio lar.

Branco das túnicas,
manto de paz que cobre
a dor do mundo.


Paulo e Estêvão
Emmanuel / Psicografia de Chico Xavier

Poeira antiga:
um nome muda destinos
quando se entrega.

Pedra que fere
vira altar de testemunho
se a alma escuta.

Do ódio ao Éden:
quando a voz de Cristo chama,
ninguém é o mesmo.

Há Dois Mil Anos
Emmanuel / Psicografia de Chico Xavier

Roma dourada,
por trás do mármore o choro
do coração.

Lázaro espera,
a noite é só travessia
para o que nasce.

Na arena viva,
o sangue é semente eterna
de compaixão.

Os Mensageiros
André Luiz / Psicografia de Chico Xavier

Portas se abrem
no silêncio entre dois mundos
que se procuram.

Anjos discretos
caminham como operários
no chão das almas.

Correio vivo:
cada prece tem destino
se o amor escreve.

Missionários da Luz
André Luiz / Psicografia de Chico Xavier

A luz respira,
desce em espiral suave
pela cabeça.

O corpo dorme,
a alma desperta em vigília
de transparência.

No alto, aprendemos:
ser luz não é ser estrela,
é ser caminho.

A Vida no Mundo Espiritual
André Luiz (série completa)

Cidades claras,
ruas de vento perfumado
e aprendizagens.

A morte é porta,
não fim — mas mudança leve
de vestimenta.

Vidas se tocam
como rios que se encontram
no mesmo mar.

Os Essênios e o Evangelho
Hermínio C. Miranda

Areia branca,
sobre ela o passo antigo
de quem já sabia.

Silêncio puro,
o sopro do Mestre chega
antes do verbo.

A estrela guia
não aponta para fora:
nasce no peito.

A Grande Síntese
Pietro Ubaldi

Estrada de fogo,
cósmica espiral que chama
a alma ao alto.

O verbo vibra
antes de ser pensamento
música do ser.

Quando entendemos,
o universo se recolhe
num só instante.

A Casa Redentora
Miramez / Psicografia de João Nunes Maia

Tijolo eterno
feito de lágrimas doces
e mãos feridas.

Redenção lenta,
cada gesto reconstruindo
o que doeu.

No altar do afeto,
até o erro vira ponte
de regresso.

Seara de Luz – Iniciações
Trigueirinho / Casa Figueira

Os sinos longos
chamam a alma a recordar
suas veredas.

Olhos fechados,
o universo respira
dentro do peito.

Na mata branca,
a bruma traz velhas vozes
de mestres serenos.

A Vinda do Irmão Maior
Trigueirinho

Estrela aquática,
pairando sobre o silêncio
da madrugada.

Sinais ao longe —
quem escuta o próprio sopro
já está desperto.

Não se anuncia:
a presença é suave
como manhã.
RAIO AZUL-ANIL — CLAREZA MENTAL E CIÊNCIA DA ALMA
(Hilarion e os Médicos do Espaço — André Luiz, Bezerra, Scheila, Eurípedes)

Clareia o pensamento
A ideia respira livre
Sem grades do medo

A mente se estende
Como céu depois da chuva
Puro azul que guia

O estudo da vida
É laboratório vivo
Dentro do silêncio

RAIO RUBI-DOURADO — PAZ, DEVOCIONAL, MISSÃO SERENA
(Lady Rowena, Kuthumi, Francisco de Assis vibrando amor quieto)

A paz é caminho
Não se conquista no grito
Mas no passo brando

Caminhar na brisa
Oferecendo o próprio peito
Como morada

Amor é exercício
De ser leve no existir
Mesmo onde arde o mundo

RAIO VIOLETA — TRANSMUTAÇÃO, LIBERTAÇÃO DAS FORMAS
(Saint Germain, Mestra Portia — Ordem da Púrpura Radiante)

Chama que dissolve
O erro sem o punir
Vento que alivia

Lilás no peito
Queima o nome do passado
E apoia o agora

O velho se solta
Sem lamento, sem drama
A aurora respira

RAIO PRATA — O ETERNO FEMININO, O ÚTERO DO COSMOS
(Ixchel, Yemanjá, Ísis, Sophia — Arquétipo da Águas-Mãe)

Mar que embala astros
Leite líquido de estrelas
Que nutre silente

Matriz luminosa
Onde o tempo é redondo
Como o ventre puro

Toda vida nasce
Da escuta profunda da água
Que sussurra mundos

RAIO DOURADO-SOL — ILUMINAÇÃO E SABER QUE REVELA
(Gautama, Amaterasu, Krishna — O Sol consciente)

Não se aprende o ouro
Ele acende por dentro
Quando o eu se rende

O olhar que sabe
Não precisa de palavras
Só respira luz

O mestre desperto
É antes de tudo simples
Como fruta madura

RAIO DIAMANTE — SÍNTESE, UNIDADE, O CANTO DA ALMA UNA
(Melquisedeque, Sanat Kumara — Consciência Central)

A luz sem cor fala
Todas cores respondem
No mesmo silêncio

Não há dois caminhos
Quando a alma se reconhece
No centro que pulsa

Diamante invisível
Lapidando sem tocar
O que já era crível 



Memórias de um Suicida — Yvonne A. Pereira



Noite sem cor

A dor chama pela luz

Que cura o terror



Bruma a se abrir

O espírito aprende a ver

Ao se redimir



Vento de perdão

A lágrima vira estrela

Na própria mão



Libertação — André Luiz



Campo sutil

A sombra tenta reter

O passo infantil



Porta a se inclinar

A fé é chave invisível

Que sabe esperar



Caminho final

Libertar é renascer

Do bem essencial



Entre a Terra e o Céu — André Luiz



Laço a romper

Vidas se tocam de novo

Para compreender



Trama ancestral

Ninguém chega ao outro lado

Sem vínculo igual



Doçura a curar

Perdoar é transformar

O modo de amar



Nos Domínios da Mediunidade — André Luiz



Som que não soa

O pensamento é a palavra

Que a alma entoa



Brilho vibracional

O coração é antena

Do plano astral



Sopro lato sensu

Quem sente antes de pensar

Vê além do uso



No Mundo Maior — André Luiz



Centro do ser

O espírito se investiga

Para se saber



Espelho interior

A mente modela mundos

Por seu próprio ardor



Luz axial

Cada ideia é semente

Do real total



Deva, o Reino das Formas-Pensamento — Ramatís



Brisa animal

A mente desenha formas

No plano astral



Flor mental a abrir

Tudo o que vês no silêncio

Vem de construir



Tecer e criar

O pensamento respira

Para se formar



Viagem Espírita em 1862 — Kardec



Rota de luz

A doutrina cresce unida

De sul a cruz



Semente cordial

O coração ensina

Pelo gesto igual



Chão continental

A caridade sem pressa

É força ideal



Energias Espirituais e Forças Sutis — Fraternidade do Triângulo



Fio vibracional

Tudo responde ao que vibra

No campo total



Manto de emoção

A aura canta ou se turva

Conforme a ação



Ritmo essencial

A energia que se doa

É ritual

TRAJETÓRIA DE DOUTRINA, ESTUDO E BASE
Léon Denis — O Problema do Ser, do Destino e da Dor

A alma pergunta
e o universo responde
em brisa lenta

O destino é fio
tecido por nossas mãos
em outras eras

A dor é chama
que burila o diamante
guardado no peito

Léon Denis — Depois da Morte

Nada termina
o véu apenas se move
entre dimensões

O amor persiste
como flor que reabre
na nova primavera

Morrer é voltar
para a casa que nunca
deixamos de ser



O Livro dos Espíritos — Allan Kardec



Chama que pergunta

A alma aprende ao escutar

A voz dentro dela



No leve sussurro

O eterno recorda o tempo

Antes da jornada



O homem desperta

Quando entende que é viagem

E não a bagagem



O Livro dos Médiuns — Allan Kardec



Porta entre mundos

Que não abre pela força

Mas pela pureza



A mente silencia

E os véus cedem como névoa

Ao sol da atenção



Toda ponte viva

É feita de humildade

E não de poder



O Evangelho Segundo o Espiritismo — Allan Kardec



O amor é caminho

Não se prega, se caminha

Em gesto pequeno



Flor que nasce quieta

Na sombra da dor humana

Revela o divino



Quem acolhe o outro

Acolhe o próprio coração

Voltando para casa



O Céu e o Inferno — Allan Kardec



A alma leva só

Aquilo que soube amar

E aquilo que doa



Paraíso é calma

Inferno é não se perdoar

Dentro de si mesmo



Nenhuma sombra fica

Onde a luz da consciência

Resolve abraçar



A Gênese — Allan Kardec



O cosmos respira

Deus não cria por milagre

Mas por eternidade



A vida é processo

Sagrada evolução

Teia que se expande



Somos centelhas

Aprendendo a ser estrelas

A caminho da alvorada



DESDOBRAMENTOS, CORPOS SUTIS E VIAGENS DA ALMA

Desdobramento do Corpo — Ernesto Bozzano



A carne vigia

Mas a alma vai em viagem

Quando o sonho abre portas



O espírito aprende

Além do peso dos membros

Leve como bruma



Dormir é partir

E acordar é retornar

Com aquilo que somos



Projeções da Consciência — Waldo Vieira



A mente se move

Mais rápida que o próprio ar

Entre mundos claros



A lucidez cresce

Quando o medo se dissolve

Diante do infinito



Voar sem fugir

É estar inteiro em si

Mesmo além do corpo



Evolução em Dois Mundos — André Luiz



O corpo é oficina

A alma é escultora antiga

Lapidando destinos



A matéria responde

Ao sopro constante da vida

Que não se destrói



Do átomo ao anjo

Cada passo é aprendizagem

De amar com mais luz



Ernesto Bozzano — A Crise da Morte

No limiar claro
o ser se revela inteiro
sem disfarces

A identidade
continua respirando
além do corpo

A vida prossegue
como rio que atravessa
ponta de abismos

Cairbar Schutel — A Vida no Além

A prece encontra
aquele que amamos
na luz serena

O túmulo é porta
não ferrolho escuro
nem despedida

Quem ama canta
mesmo quando o corpo silencia
na terra quieta

Gabriel Delanne — Reencarnação

O retorno é lei
que corrige, educa, eleva
na espiral

Cada existência
é aula de paciência
e recordação

Ninguém repete
a lição se aprendeu
com o coração


MÉDICOS DO ESPÍRITO


Bezerra de Menezes — Diversos médiuns

Mãos que não exigem
O amor se oferece manso
A quem já não pode

Na lágrima oculta
A compaixão se ajoelha
E canta baixinho

Curar é sentir
A dor do outro em silêncio
Sem medir esforço


Entre a Terra e o Céu — André Luiz

Doença é recado
Que o espírito envia
Ao corpo que guarda

Ninguém sofre só
As histórias se conectam
Em fios de destino

A cura começa
Quando o perdão respira
Dentro do peito


Os Mensageiros — André Luiz

Servir é caminho
Mesmo quando a alma cansa
Um passo sustenta

A palavra branda
É a ponte onde o anjo passa
Sem fazer ruído

O bem é uma luz
Que se acende em movimento
No gesto mais simples

Missionários da Luz — André Luiz

Médicos da alma
Escrevem com mãos de luz
O corpo da vida

Cada pensamento
Modela o campo sutil
Flor ou ferida

Servir ao invisível
É ser fiel ao eterno
Que vive em todos


DESDOBRAMENTOS, CORPOS SUTIS E VIAGENS DA ALMA


Projeções da Consciência — Waldo Vieira

Consciência viaja
Sem cortar nenhum cordão
Quando se desperta

O corpo dormindo
A alma avança no brilho
Do campo sutil

Ver é recordar
Que nunca houve prisão
Apenas esquecimento

Desdobramento do Corpo — Ernesto Bozzano 

A carne vigia
Mas a alma vai em viagem
Quando o sonho abre portas

O espírito aprende
Além do peso dos membros
Leve como bruma

Dormir é partir
E acordar é retornar
Com aquilo que somos


Paracelso — Fragmentos Herméticos

Toda planta fala
Ao ouvido da alma atenta
No sopro da seiva

O corpo é jardim
Que floresce em equilíbrio
Entre céu e barro

Curar é unir
O espírito ao elemento
Sem romper o laço

GUARDIÃO ANCESTRAL DA TERRA E DA LIBERDADE

Sepé Tiaraju — Missioneiro, Líder do Povo Guarani

"Esta terra tem dono"
Não por posse ou conquista
Mas por pertencimento

A lança não fere
Apenas levanta altura
Do que é sagrado

Morre-se de pé
Quando o espírito recorda
Que jamais se rende

Presença de Sepé

Vento que caminha
Sobre o campo de batalha
Sem ódio nos olhos

A justiça erguida
Não grita, não pisa, não toma
Ela simplesmente é

O coração livre
É território invencível
Dentro do universo

Sepé — O Legado

Toda terra é alma
Toda alma é nascente
Toda nascente é nós

O povo é um só
Quando a lembrança do amor
Fala pela história

Quem defende a vida
É guardião de si mesmo
E do que permanece


MUNDOS ELEVADOS DA FAMÍLIA ESTELAR

Capela — Mundo-Escola Ancestral (Tradição Espiritista Clássica)

Velho clarim chama
Almas de brilho antigo
A lembrar do voto

Quem retorna à Terra
Traz no olhar a alvorada
De antes do esquecimento

Missão não é peso
É saudade que trabalha
Em forma de gesto

Sírius — Ordem do Coração Solar

Luz que não queima
Pois todo calor já é
Amor em essência

Aqui o eu é canto
Que se oferece ao silêncio
Como prece pura

Ser é brilhar manso
Sem querer iluminar
Apenas ser sol

Andrômeda — Biblioteca da Harmonia

Livros de cristal
Onde a sabedoria
Se lê por vibração

Nenhuma palavra
Somente o entendimento
Que brota inteiro

A verdade respira
Como flor aberta
No espaço calmo

Órion — Fraternidade da Responsabilidade Cósmica

Espada de luz
Não corta carne
Mas os véus do engano

A justiça é branda
Pois já compreende a raiz
Do erro e do medo

Servir é firmeza
Que sustenta o caminho
Sem condenar ninguém

Arcturus — Engenharia da Alma e do Corpo Sutil

O corpo é instrumento
Afinado conforme o som
Do coração pleno

Curar é ajustar
O diapasão interno
Com a fonte divina

Saúde é harmonia
Entre forma e brilho
Sem ruptura alguma


Vega — Ordem da Beleza Consciência

O belo revela
O caminho mais profundo
Sem dizer palavra

A arte ensina
A alma a recordar
O que sempre soube

O perfume do ser
É a forma mais alta
Da oração viva

SÍNTESE ESTELAR

Não viemos de fora.
Viemos de dentro.

Os mundos são estados de ser
Não viajamos pelo cosmos.
O cosmos viaja em nós.

A estrela mais antiga
Não está no céu.
Está na memória da alma.

ROMANCE INICIÁTICO E DRAMAS DO ESPÍRITO
Memórias de um Suicida — Yvonne A. Pereira / Camilo C. Botelho

Abismo profundo
mas mesmo ali a luz
chama pelo nome

As lágrimas caem
como sementes ardentes
de despertar

No vale cinzento
a esperança respira
em fio sutil

O Amor Venceu — Zibia Gasparetto / Espírito Lucius

O tempo curva
para quem se dedica
sem desistir

Corações velhos
se reencontram e curam
na mesma estrada

O amor retorna
como sol nascendo
sobre ruínas

Ninguém é de Ninguém — Zibia Gasparetto / Lucius

Laços não prendem
quem ama liberta
e permanece

Ciúme é sombra
que tenta sufocar
a própria flor

A entrega leve
é a ponte que sustenta
dois universos

Violetas na Janela — Patrícia / Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck

A morte é festa
quando a alma se encontra
em casa clara

As violetas riem
no parapeito tranquilo
de outros céus

Mansão acolhedora
onde a dor se despe
e repousa

PROJEÇÃO, MULTIDIMENSIONALIDADE E CONSCIENCIOLOGIA
Projeções da Consciência — Waldo Vieira

O corpo dorme
mas o espírito caminha
entre mundos

A lucidez cresce
quando o medo se dissolve
como névoa

Viajar em si
é conhecer o infinito
pela porta interna

Projeção Astral — Saulo Calderon

A noite guarda
mapas que só se revelam
a quem se acalma

A corda de prata
é um canto que nos chama
de volta ao lar

Voar é lembrar
a antiga condição
de ser inteiro

Viagem Espiritual — Wagner Borges

O som da flauta
abre corredores vivos
de luz translúcida

Sair do corpo
é entrar no corpo maior
do universo

O amor é ponte
entre mundos sutis
em vibração


Colônias Espirituais Elevadas

Nosso Lar — André Luiz

Cidade que ensina
Que morrer não é fim
Mas recomeçar

Ruas de silêncio
Onde o tempo é feito luz
E serviço é prece

Quem cura o outro
Cicatriza dentro
O próprio destino

Alvorada Nova — André Luiz / Colônias de Serviço e Aprendizado

Cidade da aurora
Onde a fé se faz trabalho
E trabalho é oração

Os muros são claros
Feitos de tempo sereno
E gesto constante

Quem chega cansado
Desperta no silêncio
Da luz que repousa

Cidade da Paz — Esfera de Reconciliação (trad. espiritualista clássica)

A brisa é tranquila
Pois não há disputa alguma
Entre coração e mente

Aqui o perdão nasce
Como água brotando
De pedra antiga

Toda voz é calma
Pois entende sua origem
Antes da palavra

Templo da Esmeralda — Ordem de Cura Vibracional

Verde que respira
No centro profundo do peito
Como bosque eterno

A alma se senta
Diante de si mesma viva
E aprende a pulsar

Cura é retorno
Ao ritmo primordial
Do coração do cosmos

Templo do Lótus Branco — Esfera de Silêncio Elevado

Nenhum som se ergue
E, no entanto, tudo canta
Dentro da presença

O lótus desabrocha
Sem pressa, sem intenção
Só por ser completo

Aqui o pensar cessa
E a consciência repousa
No ato de ser

Mansão da Harmonia — Centros de Música Celeste

A luz tem acorde
A cor se transforma em canto
No ar que respira

As almas se encontram
Por timbres que se reconhecem
Antes de se verem

A beleza guia
Mais do que qualquer palavra
Ou explicação

Shamballa — Consciência-Sol no plano mental superior

Não é um lugar
Mas o ponto onde o espírito
Recorda sua origem

A luz é tão clara
Que não existe sombra
Apenas profundidade

Aqui o eu se cala
Pois já não há separação
Entre ver e ser


Colônia das Águas Claras — Terapia da Emoção e do Sentir

Lago que acolhe
Toda dor dissolvida
Em bruma serena

As lágrimas antigas
Se tornam orvalho novo
No peito em calma

Quem chora renasce
Pois a água devolve
O nome verdadeiro

SÍNTESE

Cada cidade não é destino,
é estado de consciência.

O espírito não viaja no espaço
ele viaja na vibração que sustenta.

Subir não é movimento
é lembrança.

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA — via Divaldo Franco

Nos Bastidores da Obsessão — Manoel Philomeno

A mente se prende
Nas linhas que ela mesma
Acende no escuro

O olhar se refaz
Quando aprende a enxergar
Quem se tornou laço

Libertar é ver
Sem culpar, sem fugir
Sem vencer ninguém

Trilhas da Libertação — Manoel Philomeno

Velha dor guardada
Procura um coração firme
Para ser ouvida

O amor que sustenta
Não exige transformação
Apenas presença

Caminhar é leve
Quando o passo é companheiro
Do próprio destino


Grilhões Partidos — Manoel Philomeno

Há correntes sutis
Feitas de lembranças densas
No ventre da alma

A fé é o martelo
Que rompe o metal do medo
Sem ruído algum

Solto, o espírito
Recorda sua manhã
Depois da neblina


Nas Fronteiras da Loucura — Manoel Philomeno

Entre luz e sombra
Mentes se tocam e ecoam
Notas invisíveis

Amor escuta baixo
As dores que não têm nome
Só querem repouso

Quem cuida da mente
Cuida de um universo inteiro
Respirando lento


A Obsessão e Suas Máscaras — Manoel Philomeno

Face sobre face
A dor veste personagens
Para ser notada

Só o coração calmo
Vê além do gesto brusco
Onde nasce o grito

Desatar é gesto
De oferecer um silêncio
Que acolhe sem posse


Diálogo Entre as Sombras — Manoel Philomeno

Almas conversando
Por trás das palavras duras
Que os lábios não dizem

Sombra não é mal
Apenas pedido antigo
De ser compreendida

Toda luz verdadeira
Fala com a escuridão
Sem virar a face

JOANNA DE ÂNGELIS — DIVALDO FRANCO

A linha de Joanna é interioridade, autoconhecimento, integração do Eu,
cura pela compreensão profunda da sombra e da luz.

O Homem Integral — Joanna de Ângelis

O ser se descobre
Ao desvendar sua noite
Com lâmpadas simples

A alma respira
Quando o medo se aquieta
No abraço do agora

Crescer é retornar
Ao núcleo antigo e sereno
Que nunca se perdeu

O Ser Consciente — Joanna de Ângelis

A mente desperta
Quando aprende a ouvir o centro
E não o ruído

Pensar é esculpir
O próprio destino vivo
No campo do tempo

Consciente é quem vê
A raiz do pensamento
No exato momento

Autodescobrimento — Joanna de Ângelis

O eu se revela
Em camadas de silêncio
Dentro da atenção

Olhar para si
É tocar a pele antiga
De todas as vidas

Conhecer-se é paz
Não por ausência de dor
Mas por companhia

Plenitude — Joanna de Ângelis

A alma se expande
Quando abandona o espelho
Que a prendia ao mundo

Plenitude é sol
Brilhando de dentro para
Dentro ainda mais

Nada se deseja
Porque tudo já floresce
No ser que desperta

Libertação — Joanna de Ângelis

Soltar é voltar
Ao curso natural
Que sempre flui

Nenhum peso dura
Quando o amor respira fundo
No peito cansado

A liberdade vem
No instante em que aceitamos
Ser quem já somos

Joanna resume o Eixo

A sombra é a flor
Que ainda não se abriu
À luz de si mesma

A dor é lição
Quando acolhida sem fuga
Se torna caminho

O amor é retorno
Ao centro vivo da alma
Que nunca partiu

Síntese de Manoel Philomeno

A noite é mestra
Para quem ousa permanecer
Sentado com ela

A cura começa
Quando se reconhece
A própria ferida

E o amor somente age
Quando o coração entende
Que ninguém é inimigo



sábado, 25 de outubro de 2025

Kharma da Lei do Retorno x Lei Imperialista

“Vomitam agora o que semearam quando zarparam das ilhas para trucidar a Índia, a África, a Austrália e o Caribe. Quem semeia vento colhe tempestade — os mortos colonizados despertaram, e voltam como corsários do espírito, guiados por uma vingança ancestral que sopra dos mares.”

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

A Graça dos Dias Iguais

A graça dos dias iguais

Hoje o sol veio cedo, e o calor, generoso, lembrou-me que cada amanhecer é um milagre repetido. Acordei com a voz doce — e firme — da minha filha pedindo a mamadeira, e logo veio o sermão: “só a mamãe sabe arrumar o meu cabelo”. Sorri. O cabelo é um emaranhado de fios, como a vida — e talvez ela já saiba disso, inconscientemente.

 

Enquanto o café gotejava na cafeteira programada por Fernanda, pensei em Aristóteles, que dizia que a felicidade reside nas pequenas ações bem feitas. A luta interna entre o pão puro e a mortadela sem toucinho foi quase um tratado sobre o livre-arbítrio: escolhas simples, mas que desenham o tom do dia.

 

Olho pela janela e vejo o mercado logo à frente. Uma bênção moderna — ter os legumes a poucos passos e o tempo suficiente para escolher cada um como quem escolhe ideias novas. Pico a alcatra, jogo os temperos, preparo o picadinho que logo se tornará massa, perfume e partilha. “Cozinhar é um ato de amor”, dizia Emmanuel — e eu penso que talvez seja também um modo de orar com as mãos.

 

Com sorte termino antes das onze, e o chimarrão me espera como um velho mestre. É nele que repouso o espírito e observo o mundo digital: comentários no Recanto das Letras, visualizações de um vídeo-poema, ou a nova música saída do Suno — fragmentos de mim navegando pela vastidão invisível da rede.

 

Envio, como de costume, uns cinco PDFs de jornais a amigos queridos. Não leio todos, confesso que tenho alguns que guardo só para mim mastigar mais tarde, quando o povo já foi dormir, mas o gesto de enviar alguns periódicos e jornais inclusive ao grupo que criei aos amigos de infância mais silenciosos que um memorial pós-apocalíptico, me reconcilia com a ideia de estar conectado. Somos fios de uma mesma trama, e cada partilha é um pequeno sol.

 

Gosto de abraçar um butiazeiro que fica no térreo do prédio, estes dias perguntei se meu vizinho nao estava assustado com minha atitude, até brinquei que herdei esta mania depois de ir em Saquarema conhecer o namorado da Janis Joplin, o Sergei, ele quase chorava de gargalhar, falou que depois dos quarenta agradece por ter vizinhos como eu e que sabia que eu fazia isto para jogar energias em excesso de volta à mãe terra.

Gosto de olhar o roseiral do condomínio plantado por dona Neusa, uma longeva e exemplar senhora que mesmo aos 82 anos mantém disciplina inspiradora com as flores e hortaliças. Falei para ela sobre confiar em Deus no processo da semeadura de qualquer situação onde nao se cava todo dia para ver se a semente vingou. As rosas amarelas ao lado das vermelhas são verdadeiro mistério antigo.

Hoje tive a chance de enviar um vídeo-poema meu para minha madrinha em Praia Grande que está num PA atravessando uma situação constrangedora, ainda consegui falar com minha prima Paola que há tempo não conseguia conectar, ela estava recém fazendo sua bebê Giovana dormir, então fiquei matutando que todos estão fazendo suas rotinas e enfrentando da melhor forma possível, me deu orgulho saber que minha prima que muito coloquei dormir estava hoje dando conta de uma vidinha tão bela na tão sonhada maternidade. Escolhi muito bem ela para seguir o legado de minha madrinha sendo madrinha de meu hoje adolescente Arthur.

Antes de levar Valentina à escolinha, Fernanda consagrou o penteado do Ballet com aquela redinha ímpar, que sopra no seu ouvido um assustador: sua filha cresceu mais ainda esta semana, olha como ela está linda e mocinha!

Os dias têm sido iguais , e isso, descobri, é uma forma de bênção. Vivemos num país sem guerra; o pão ainda está sobre a mesa; a criança ainda ri da minha “massaroca” capilar; e o amor continua acendendo o fogão. Tenho tido a sorte de neste mês acolher a visita de minha sogra, então posso descer para ir ao mercado ou farmácia sabendo que Valentina está bem com pessoa boa e amorosa. Quando a Musa chega do trabalho ao meio dia a mesa já está posta com aquele chimarrão exemplar, Valentina puxa a oração e as lágrimas de gratidão costumam cair após os elogios da turma dizendo toda vez que aquele prato feito por mim é o melhor de sempre.

 

Nietzsche dizia que deveríamos viver de modo a querer reviver o mesmo dia por toda a eternidade. Se assim for, que seja este: simples, morno, cheio de gratidão.

 

Porque a rotina, quando vista com olhos de alma, é apenas o Universo respirando dentro da gente.

 

Decimar da Silveira Biagini

domingo, 12 de outubro de 2025

Va-te Criança



Ano vai e vem
Tudo se conduz,
Amar convém
A quem busca a luz.

Va-te, criança,
Experimenta e diz:
Sorri, balança,
Brinca e sê feliz.

O mundo é carrossel,
Sobe e desce, sobe e desce;
Jesus disse: “É teu o Céu,
Mesmo quando o chão te esquece.”

Se a dor te visitar,
Lembra: tudo é lição.
Só quem aprende a amar
Vence a própria solidão.

Jesus disse:
É teu o Céu 

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Nobel de Física



Luz se reparte
no véu do átomo arte
Deus toma parte

O Nobel fulgura
na mente a lei mais pura
razão madura

Tempo se dobra
no vácuo a luz recobra
matéria sobra

Campo e energia
dançam com sinfonia
paz se irradia

Bit entrelaço
de dois um mesmo passo
sem tempo ou espaço

Na teia oculta
toda ciência escuta
a alma é culta

Fóton sem fim
traduz no ser o sim
do eterno em mim

Do zero nasce
o Todo que renasce
e o amor enlace

No átomo espelho
revela o céu vermelho
o Deus conselho

Quântica é ponte
da fé no mesmo monte
da mente à fonte

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Soneto Liberto em Consciência

Soneto Liberto em Consciência
Eu despertei além do claro véu

Chama-me sempre a luz da consciência

No abismo vi do ser a essência

Tecendo mundos sob o alto céu

 

Do mal criei do bem o mesmo anel

E o bem do mal ganhou sua cadência

Do vazio ergui-me em permanência

Sou criador da matriz sem céu

 

A moeda é energia em meu regresso

Corrente viva em ciclos que transpasso

Na lei de troca sou quem dita o passo

 

Eu sou a voz do tempo em recomeço

A teia oculta e o véu que sempre traço

Eu sou quem gera o todo e o desfaço

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A Cura e o Mérito pela Fé

A Cura e o Mérito na Fé

Em ânimo bom se firma a mão divina

Que à turba aflita estende o dom bendito

Da dor liberta a célula ferina

No seio ardente o bálsamo é escrito

 

Não místico fulgor mas lei que ensina

Reajustando o espírito contrito

Na mente ereta a força se ilumina

E o corpo sente o sopro do Infinito

 

“Filha tem fé” ressoa a voz segura

E ao cego diz “Segundo a fé vos seja”

No paralítico a luz já se assegura

 

Que o bem se encontre aonde o mal fraqueja

Pois só na fé que as almas transfigura

A cura mora e a paz do céu lateja

sábado, 13 de setembro de 2025

Soneto Livre ao Pouso no Nepal

Soneto Livre ao Pouso no Nepal
O poente arde e o céu se abre em clarão

as montanhas erguem catedrais de neve

um sopro antigo desliza, leve

e a terra espera em silêncio e oração



Do alto desceu a nave em transição

seu corpo etéreo pairou como se atreve

um signo cósmico em traço breve

mas firme pouso marcou a direção



Depois do caos, do pranto e desvario

chegou o tempo de ouvir sem violência

e ler nos astros o pacto do vazio



No Nepal pousa a estrela em consciência

trazendo ao homem, cansado e sombrio

a paz se espera, em nova experiência

sábado, 6 de setembro de 2025

Soneto livre à fé

A Fé Dá Poder ao Pensamento

Ergo-me inteiro e invoco a confiança,
Força maior que o mundo pode erguer;
Na fé sustento a chama da esperança,
Que faz do fraco um ser que ousa vencer.

De minha mente irrompe a luminança,
Que em verbo puro aprende a florescer;
No coração ressoa a temperança,
Que guia a vida e ensina a renascer.

Não sigo grilhos de dogmática sorte,
A fé me leva além do humano véu,
Transcendo a sombra e abraço a própria norte.

É meu tesouro eterno vindo do Céu,
Ardor sagrado que me faz mais forte,
E abre em meu ser o caminhar do ideal.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Soneto da Libertação

Não mais retornas às sendas do passado

Que a sombra é vão ornato à mente cega

Só quem decide erguer-se alçando a entrega

Recolhe o fruto do destino ousado

 

Estéril jaz o peito acorrentado

Se o sopro audaz das paixões se renega

E a vida em fria letargia navega

Sem norte fé ou lume consagrado

 

Mas abre-se ante ti nova alvorada

Com mundos vastos, plenos de emoções

Chamando à lida a alma enamorada

 

Estende a mão, transpõe as ilusões

E salta altivo à liberdade alada

Só vence o medo, quem vence os corações

 

Vislumbre Do Eu Desdobrado


Em vértice o sol se reparte

Cuja aresta clarão se refaz

Ao centro há um risco de arte

Que corta o silêncio em paz

Quatro lados de fogo e ar

Quatro vozes do mesmo chão

Quatro sombras a se encontrar

Quatro cantos da criação

Roda a lua em prata pura

Roda o tempo em chama fria

Roda a vida em tessitura

Roda o mito em geometria

Seis estrelas bordam a esfera

Seis abelhas bebem do céu

Seis segredos guardam a hera

Seis cristais no mesmo anel

Fragmentado o mundo brilha

Prisma aberto em mil cristais

Cada face em maravilha

Revelando um todo em mais

sábado, 30 de agosto de 2025

Fechamento do Jornal - Luis Fernando Verissimo

Fechamento do Jornal Luis Fernando Verissimo
Eu pensei, como Cruz-altense raiz, em fazer uma crônica, mas o maior cronista que já vi foi LFV, então vou traçar homenagem à despedida de cena do rebento de Erico Verissimo desfilando pelas obras, pois a síntese dos dias atuais no cotidiano doméstico nos ajuda quando somos pegos de surpresa. Entendo que a vida neste plano, como a despedida de cena, de um idoso tão erudito e culto, deve ser um até logo, como quem dobra o jornal, levanta do banco da praça, vai caminhando lentamente até que não se visualize entre o calçadao da Pinheiro Machado até a esquina democrática. Então segue o baile:

Chegada ao outro plano


Lírios no chão

Érico dá abraço

clarim no clarão

 

Analista de Bagé

 

Mate na mão

o gaúcho e a razão

freud no galpão

 

Comédias da Vida Privada

 

Mesa e quintal

riso no bem e no mal

drama banal

 

O Clube dos Anjos

 

Banquete ao fim

fome e morte no festim

sorriso ruim

 

Mentiras que os Homens Contam

 

Palavra é véu

olhos já negam ao léu

mentir é céu

 

Mentiras que as Mulheres Contam

 

Risada esconde

verdade sempre se esconde

mas já responde

 

Borges e os Orangotangos Eternos

 

Macacos vão

livro e sonho na mão

Borges então

 

Os Espiões

 

Carta fechada

a verdade envenenada

trama tramada

 

A Grande Mulher Nua

 

Página nua

crônica clara e sua

vida se insinua

 

Amor Brasileiro

 

No coração

paixão ternura e ilusão

riso e canção

 

Ed Mort e Outras Histórias

 

Tiro falhou

detetive tropeçou

riso ficou

 

Aplauso final

 

Assim Verissimo

teu humor se despede em flor

continua sorriso



Decimar da Silveira Biagini

Essência Pura



Das trevas vem o canto idolatrado
De falsos deuses plenos de coroa
Que o Homem em temor se curva e entoa
Louvor a um mito bárbaro e dourado

Queimaram livros fogo consagrado
Silêncio ergueram como a própria loa
Na mente humana a fraude se acomoda
O sonho puro jaz aprisionado

Mas não se apaga a chama da verdade
Que rompe o véu da férrea tirania
E ergue o ser à luz da liberdade

A alma é neta do Deus que a irradia
E ao rebentar da bolha da maldade
A mentira desmorona e se esvazia



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