Li que um só, num voo em chamas, viveu,
Enquanto os outros foram para o nada.
Saltou da dor por onde a asa cedeu—
A vida em fuga, a morte emboscada.
Pensei, então: que força o resgatou?
Que fio invisível o puxou do fim?
Que anjo ou sorte ali o carregou,
Na hora exata, por um trampolim?
Não creio em acaso nu, mas em desígnio.
Algo soprou no ouvido desse homem:
"Vai, rompe o fogo, segue teu caminho."
Agora andará com sombras que consomem...
Pois quem retorna só de um céu caído
Carrega mais que o corpo: um sentido.
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