Nos montes da Luz onde o éter se acende
há palácios feitos de aroma e sentido
onde o tempo é flor que jamais se desprende
do ramo do Verbo que sopra o Infinito
Lá os perispíritos vestes do Bem
cintilam em cores que a Terra não tem
safira e âmbar quartzo em suspiros
são sombras da luz que os envolve em hinos
Beleza é lei viva é forma e é alento
não nasce do caos mas do próprio intento
o gesto é poema a fala é canção
a ética pulsa em cada intenção
Mestres da Aurora de fronte estelar
caminham nos campos de lírios solares
seus passos sem peso seus olhos sem par
transmitem silêncios de forças vitais
Ali não se estuda ali se contempla
o saber é flama e a arte a oferenda
o mármore é canto a névoa escultura
e o som se dissolve em pura doçura
Um poeta dali de alma serena
diria aqui a forma é plena
a cor tem sentido o aroma é ideia
e a dança das almas é viva epopeia
Não há feiúra pois tudo se eleva
até uma lágrima é luz que se entrega
ética e estética são irmãs do Fogo
que acende os mundos num só desafogo
Ali o mais simples gesto de afeto
é mais que um templo é mais que um decreto
pois tudo que é belo é moral também
e tudo que é justo ressoa no além
Decimar da Silveira Biagini
Poema metafísico em viagem do sonho
09 de junho de 2025, 04h 30min
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