sábado, 22 de janeiro de 2011

OS SENHORES DO PAMPA

O senhor desencilhou o cavalo
Pôs os arreios em cima da cerca
Nada no campo podia magoá-lo
Pois já sofreu todo tipo de perda

Nasceu livre, sem horizontes cortados
Criado xucro, galopeando léguas
Senhor de sesmarias e reinados
De cisplatinas e farroupilhas guerras

Após pampear por seus legados
Deita-se na sombra duma canjerana
Pelegos e arreios ficam encostados
E despoja uma prenda castelhana

Olha na contraluz do oriente
E vê um cisplatino a trotes largos
Parecia querer tomar seus pagos
Fizera sua cruz, de forma indecente

Decimar Biagini

Nenhum comentário:

Postar um comentário