LUZ PRÓPRIA
Todo pai
Vive uma tensão
Logo cai
A angústia do
coração
Nem todo pai
Ama sua criação
E assim se vai
A grande
contradição
Entre rimas de ai
Entre rimas de ão
O verso então
sai
Sem deixar nenhuma lição
Cada filho traz consigo
Uma luz
própria cintilante
Um anjo da guarda amigo
E Deus, as vezes
distante
Mantém o filho esquecido
Como um enterrado diamante
Até
que um belo dia
O mineiro amor, num instante
O ensina a brilhar com
alegria
Eis a graça, o mistério triunfante!
Decimar Biagini
Blog do Advogado Decimar Biagini, destinado a leituras, informações profissionais, sonetos, poesias, poemas, declamações, vídeo-poesia, crônicas, acrósticos, parcerias poéticas, cultura, críticas jurídicas e literatura em geral. Decimar da Silveira Biagini, é Advogado em Cruz Alta-RS, Pós-graduado em Direito Administrativo e Advocacia Cível. Imortal da ALPAS 21, ALBL-RS e Academia Virtual Brasileira de Letras (AVBL).
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
NUMA PRAÇA
Numa praça
Por longos anos deixei de visitar aquele ambiente lúdico
Muitos enganos vivenciei ao me afastar, indiferente e pudico
Sim, eu tinha vergonha, de ir lá sem motivo algum
DE não ter sequer uma semente para colocar no escorregador
Daí, veio a cegonha, e uma paternidade instintiva me trouxe um:
Filho, que inspira cuidado frequente, e exige brincadeira com amor.
Não vejo a hora de embalar os sonhos de Arthur num balanço
E percebo que agora, ao poetar ao lado desse abajur, não me canso:
De esperar que lá fora, possa caminhar com muita luz, em descanso,
numa praça.
Decimar Biagini
Por longos anos deixei de visitar aquele ambiente lúdico
Muitos enganos vivenciei ao me afastar, indiferente e pudico
Sim, eu tinha vergonha, de ir lá sem motivo algum
DE não ter sequer uma semente para colocar no escorregador
Daí, veio a cegonha, e uma paternidade instintiva me trouxe um:
Filho, que inspira cuidado frequente, e exige brincadeira com amor.
Não vejo a hora de embalar os sonhos de Arthur num balanço
E percebo que agora, ao poetar ao lado desse abajur, não me canso:
De esperar que lá fora, possa caminhar com muita luz, em descanso,
numa praça.
Decimar Biagini
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
SINAIS E MISTÉRIOS NA PATERNIDADE
Primeiramente, os sentidos ficam aguçados, é possível perceber
crianças chorando a quadras de distâncias, em meio a uma multidão de
consumidores falantes, na rua mais movimentada de sua cidade.
Em segundo,
você observa que quando o pequeno está com fome, seu coração fica eivado de
palpitação e ansiedade, em contrapartida, sua mulher tece vermelhidão e o leite
começa a escorrer pelos inchados bicos de seus sagrados seios.
Em terceiro,
baba-se muito, dorme-se pouco, mas depois seu despertar acostuma, é possível
trocar as fraldas de um bebê sem acordar, você percebe isso quando abre a gaveta
na manhã seguinte e descobre que é hora de comprar mais fraldas RN (recém
nascido), com o tempo, lendo estórias infantis, você atribui o sumiço daquelas
fraldas ao saci pererê, ao negrinho do pastoreio ou ao bicho papão, mas o mito
cai antes disso se for você o responsável pelo recolhimento do material na
lixeirinha lotada.
Decimar Biagini, 16 dias de vida pós-uterina do Rei
Arthur.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
COTIDIANO DE PAI POETA
COTIDIANO DE PAI POETA
Abri a janela da sala e deixei a brisa
consagrar o ambiente com o frescor de uma sexta-feira esperada. Ouvi o chiar da
chaleira e corri com Arthur no colo entregando no meio do caminho ao aconchego
do carrinho vermelho Ferrari. Nisso, toca a campainha, uma amiga da Musa veio
trazer um regalo ao recém nascido, tratava-se de um macacãozinho de verão azul
e laranja que me remeteu aos idos píncaros da glória infantil. Abri a internet
e li um grande conselho em forma de chasque (estrutura de poesia versejada
eivada de regionalismo), do meu irmão das letras, Wasil Sacharuk, correu então
o sal dos olhos e mostrei para a Musa. Então interrompi o início dessa crônica,
com o choro do King Arthur esbanjando capacidade pulmonar e exigindo de seus
vassalos o leite sagrado. Entreguei o esperto Monarca a sua Mãe e nisso piso em
cima das lembrancinhas de visitas do dito cujo, o olhar da Musa foi suficiente
para que eu encerra-se esta atividade lúdica e desse mais atenção à família, o
retorno ao mundo virtual será quando da postagem desse registro
descompromissado de pai de primeira viagem.
Decimar Biagini
Decimar Biagini
Chasque Conselheiro
Índio véio,
te vi no retrato
segurando o piazito
já veio arrinconado
do pampa não é agregado
tem graça de predestinado
igual ao mito
Leia muita história
e refresque a memória
com uns aguachos de vinho
e compra lá do vizinho
umas botejas de mel
lá de perto do espinilho
com doçura de céu
e perfume de filho
E ainda, amigo gaúcho
conserva quente o apojo
e não te tapa de nojo
de ficar borrado nas fraldas
e durante a troca
escape do esguicho
saia da mira da piroca
Será o mais lindo cambicho
guri tapado de balda
e vai ensaiando uma charla
para não criar caborteiro
e aceite meu velho conselho:
não aperte demais o arreio
Se escutas um ronco de gaita
tocando desgovernada
não deixa para depois
aprende logo com a prenda
a servir logo a merenda
E lhe mostre a poesia
para que seja letrado
e viva com mais alegria
mas não fique abichornado
quando chegar o dia
do indiozito partir a la cria
para conhecer outros lados
Nosso Rio Grande se eleva
com fruto nascido do amor
é quando o grito da terra
ganha mais timbre e mais cor.
Wasil Sacharuk
CHASQUE AGRADECIDO
Querido amigo
Andei distraído
Me deparo contigo
Postando este lindo
Chasque aqui lido
O quera dá orgulho
Enche os olhos do babão
E não há pecúlio
Que pague tua atenção
Obrigado pelos versos
Acolho os conselhos
Umedecidos são os lenços
Quando enxugam espelhos
Na poética licença
Irmão das letras
Que magnífica amizade
Enquanto observava tetas
Cheio de baba e vaidade
Encontrei aqui tuas escritas
A encher de luz minha paternidade
Decimar Biagini
domingo, 6 de novembro de 2011
PERCEPÇÕES
PERCEPÇÕES
O carpete está sujo
O carpete estava sujo
Os pés estavam limpos
Mas os tênis tinham vincos
A lareira está suja
A lareira estava suja
Os deuses do Olimpo
Mantinham templos limpos
Decimar Biagini
O carpete está sujo
O carpete estava sujo
Os pés estavam limpos
Mas os tênis tinham vincos
A lareira está suja
A lareira estava suja
Os deuses do Olimpo
Mantinham templos limpos
Decimar Biagini
PAIXÕES ADORMECIDAS
Observo atentamente
Deus confirmando sua presença
Naquela energia latente
Ungida sobre a Musa e a criança
Sonho a cada dia
Com os olhos bem abertos
Eivado de alegria
Sem escolhos e dias incertos
A vida nos aproxima
Para entender a existência
E nada ela nos ensina
Se não buscarmos sua essência
Arthur está dormindo
A Musa esbanja excelência
Esse babão vai sorrindo
Com verso, rima e cadência
Decimar Biagini
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
O NASCIMENTO DO REI ARTHUR
Queridos amigos, poetas e leitores.
Andei afastado, de licença paternidade.
Meus poemas, são caretas, arrotos e dores.
Quando animado, uso lenço umedecido.
Meus lemas, são fraldas, banhos e odores.
Ainda hospitalizado, e mal dormido.
A Musa recupera-se dos pontos de roxas cores.
Muito tenho babado, ao lado do recém-nascido.
Arthur nasceu prematuro, a rimar com hispânico Arturo.
Veio ao mundo num dia de finados, em cesárea de apuros.
Os pais estão bem cansados, dando colo e mimo no escuro.
Entre uma mamada e outra, fina prata, sentimos a força do pulmão.
Ele decididamente não gosta da turma do Jaleco.
Não é que já saiu mijando no pediatra quando veio a este mundão.
Agora, é frequente, dorme no peito e o faz de bico.
Exige que seja balançado, não tem jeito, dominado eu fico.
Vida de pai é um mistério, sou súdito sem direito, o Rei Arthur que é o rico.
Decimar Biagini