Quem sabe a incerteza
Do acaso em desatino
Traga a prometida beleza
Do sorriso de um menino
Quem sabe um dia
Me torne um pai
Ganhe sabedoria
Após o levanta e cai
Quem sabe essa rebeldia
Não leve a nada
E nesta tola viagem já tardia
Haja neve na estrada
A vida é escorregadia
Sem sonho nos leva a nada
Decimar Biagini
Blog do Advogado Decimar Biagini, destinado a leituras, informações profissionais, sonetos, poesias, poemas, declamações, vídeo-poesia, crônicas, acrósticos, parcerias poéticas, cultura, críticas jurídicas e literatura em geral. Decimar da Silveira Biagini, é Advogado em Cruz Alta-RS, Pós-graduado em Direito Administrativo e Advocacia Cível. Imortal da ALPAS 21, ALBL-RS e Academia Virtual Brasileira de Letras (AVBL).
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
EU SEMPRE QUIS...
Vim arrancar umas flores
Neste teu jardim bem cuidado
Vim cobiçar teus amores
Deixando um vermelho mau olhado
Sinto tuas mãos macias
olho as minhas calejadas
cresce em mim a cobiça
disfarço a emoção tão marcada
Vim dizer que sempre quis
Ter uma vida como a tua
Buscando nos outros ser feliz
Num desejo de maldade crua
Olho para teu sorriso
E penso em ir num dentista
Olho para teu cabelo liso
E quero correr para a chapinha
Vim como vã tentativa
de roubar teus segredos
vil atitude intismista
sorte alheia sem medo
é... vim sem anseios
só com ódio e rancor no peito.
Decimar Biagini & Dhenova
Neste teu jardim bem cuidado
Vim cobiçar teus amores
Deixando um vermelho mau olhado
Sinto tuas mãos macias
olho as minhas calejadas
cresce em mim a cobiça
disfarço a emoção tão marcada
Vim dizer que sempre quis
Ter uma vida como a tua
Buscando nos outros ser feliz
Num desejo de maldade crua
Olho para teu sorriso
E penso em ir num dentista
Olho para teu cabelo liso
E quero correr para a chapinha
Vim como vã tentativa
de roubar teus segredos
vil atitude intismista
sorte alheia sem medo
é... vim sem anseios
só com ódio e rancor no peito.
Decimar Biagini & Dhenova
MISÉRIAS PSICOSSOCIAIS
O conhecimento abria perspectivas
As escolas se multiplicavam
Havia amadurecimento de cientistas
Que humanamente se solidarizavam
Horas e horas de dedicação
Num projeto desacreditado por muitos
Exaurida a vida numa invenção
Ridicularizada por sagrados cultos
Não quero calar o meu grito
Talvez eu escreva a canção
Do nó amargurado e aflito
No abismo do meu próvio vão
A fé pode dar o motivo
Mas a vida pede razão
Hoje as informações estão democratizadas
Tão acessíveis, na era da cultura virtual
Espectadores com opções nada limitadas
Participando ativamente em um novo portal
No entanto, as promessas básicas
De expandir a qualidade de vida psicossocial
Do homem moderno, caiu em lágrimas
Em contato direto com a solidão, a mentira e o mal
O índio não quer mais apito
Vestiu canarinho e calção
Levou muito a sério o incentivo
De ver o Brasil campeão
Mantém o desejo vivo
Comendo migalhas de pão
Onde estão os pensadores modernos?
Dando golpes em cartão de crédito?
Invadindo Wall Street com seus ternos?
Onde estão os engenheiros de ideias criativas?
Burlando o PAC ou estádios na copa 2014?
Economizando em material para tragédias inventivas?
O governo dá o tom e o crivo
Deixa esse povo na mão
Do congresso ao executivo
Serviço sem prestação
O objetivo exclusivo
É dar asas para a ambição
Onde estão os poetas da inteligência
Que desenvolveram a arte de pensar
Com suas obras completas por excelência
Que extenderam ao leitor um evolutivo desvendar?
A vida largada aos confins da indiferença
Nem se percebe a vastidão dos passos
Cidadania agora é respirar esperança
E o fim solidário num imenso abraço
Por fim, ficou cansativo
Cumprir papel de cidadão
É mais fácil ser subversivo
Sem saúde e nem educação
Não haverá homem altivo
Abaixo do cu de um cão.
Decimar Biagini e Wasil Sacharuk
As escolas se multiplicavam
Havia amadurecimento de cientistas
Que humanamente se solidarizavam
Horas e horas de dedicação
Num projeto desacreditado por muitos
Exaurida a vida numa invenção
Ridicularizada por sagrados cultos
Não quero calar o meu grito
Talvez eu escreva a canção
Do nó amargurado e aflito
No abismo do meu próvio vão
A fé pode dar o motivo
Mas a vida pede razão
Hoje as informações estão democratizadas
Tão acessíveis, na era da cultura virtual
Espectadores com opções nada limitadas
Participando ativamente em um novo portal
No entanto, as promessas básicas
De expandir a qualidade de vida psicossocial
Do homem moderno, caiu em lágrimas
Em contato direto com a solidão, a mentira e o mal
O índio não quer mais apito
Vestiu canarinho e calção
Levou muito a sério o incentivo
De ver o Brasil campeão
Mantém o desejo vivo
Comendo migalhas de pão
Onde estão os pensadores modernos?
Dando golpes em cartão de crédito?
Invadindo Wall Street com seus ternos?
Onde estão os engenheiros de ideias criativas?
Burlando o PAC ou estádios na copa 2014?
Economizando em material para tragédias inventivas?
O governo dá o tom e o crivo
Deixa esse povo na mão
Do congresso ao executivo
Serviço sem prestação
O objetivo exclusivo
É dar asas para a ambição
Onde estão os poetas da inteligência
Que desenvolveram a arte de pensar
Com suas obras completas por excelência
Que extenderam ao leitor um evolutivo desvendar?
A vida largada aos confins da indiferença
Nem se percebe a vastidão dos passos
Cidadania agora é respirar esperança
E o fim solidário num imenso abraço
Por fim, ficou cansativo
Cumprir papel de cidadão
É mais fácil ser subversivo
Sem saúde e nem educação
Não haverá homem altivo
Abaixo do cu de um cão.
Decimar Biagini e Wasil Sacharuk
SOLTA OS BICHOS
Vai lá fora
Grita para o mundo
Não demora
Solta teu eu profundo
Liberta teus craprichos
Oferta teus lixos
Limpa o solo infecundo
Solta os bichos
solta de vez
grita pra o mundo
da sensatez
faz absurdo
seja claro
no escuro e fundo
seja falso
no momento único
seja raro
a grande parte
do tempo...
solta de vez os bichos
sem lamentos.
Lamentar de nada serve
então grita
vá
e solta a sua verve
ao mundo
nada de ficar mudo
nada de ser obscuro
nada de trepar no muro
Há tantos lixos
espíritos de porcos
levanta
e solta os bichos
(Decimar, Dhênova, Juleni)
Grita para o mundo
Não demora
Solta teu eu profundo
Liberta teus craprichos
Oferta teus lixos
Limpa o solo infecundo
Solta os bichos
solta de vez
grita pra o mundo
da sensatez
faz absurdo
seja claro
no escuro e fundo
seja falso
no momento único
seja raro
a grande parte
do tempo...
solta de vez os bichos
sem lamentos.
Lamentar de nada serve
então grita
vá
e solta a sua verve
ao mundo
nada de ficar mudo
nada de ser obscuro
nada de trepar no muro
Há tantos lixos
espíritos de porcos
levanta
e solta os bichos
(Decimar, Dhênova, Juleni)
sábado, 26 de fevereiro de 2011
O POÇO NÃO SECOU
(VEM DE VOLTA PARA O FUTURO QUE AINDA HÁ PARA NÓS)
Hoje enterrei o preconceito
Deixei de lado a ira e o egoísmo
Vou me acostumar com esse jeito
Deixarei de ver no amor um heroísmo
Decerto eu me perdi em algum verso
Deixei correr lágrimas pelas rimas
Decerto eu me perdi num deserto
Cujas buscas não dobravam esquinas
O que faz um ser sentir-se inseguro?
Por que a grama do vizinho é mais verde?
Por que trilhei frases de amor no escuro?
O que faz quem ama querer beber sem ter sede?
Decerto alguém se perdeu numa vaga busca
Enquanto eu me contentava com postagens na rede
Decerto muitos casais se reencontraram há tempo
De cavar um buraco para os dois, antes que o amor sentisse sede
Decimar Biagini
Hoje enterrei o preconceito
Deixei de lado a ira e o egoísmo
Vou me acostumar com esse jeito
Deixarei de ver no amor um heroísmo
Decerto eu me perdi em algum verso
Deixei correr lágrimas pelas rimas
Decerto eu me perdi num deserto
Cujas buscas não dobravam esquinas
O que faz um ser sentir-se inseguro?
Por que a grama do vizinho é mais verde?
Por que trilhei frases de amor no escuro?
O que faz quem ama querer beber sem ter sede?
Decerto alguém se perdeu numa vaga busca
Enquanto eu me contentava com postagens na rede
Decerto muitos casais se reencontraram há tempo
De cavar um buraco para os dois, antes que o amor sentisse sede
Decimar Biagini
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
ENTRE AULAS E FÉRIAS
AULA FICTÍCIA EM 1989
Corre lá para o fundo guri
Para com isso
Já disse que não gostei do seu tema
Seja mais preciso
Não troque redação por poema
Vai lá para o fundo, vagabundo
Já falei, e coloca o chapéu de burro
Ajoelha no milho, seu imundo
Troque o Gregório por Dom Casmurro
Mas professora, eu ganhei um concurso
Larga essa vassoura, sua bruxa sem discurso
Não me venha com estas rimas de trovador
Eu sei muito bem no que os poetas se tornam
Tudo bem professora, me dá o chapéu
Legal esse jornal fessora, tem poema de cordél
Tsc, tsc, pow...
Decimar Biagini 21:23 (2 horas atrás) Dhênova
AULA FICTÍCIA EM 1979
Venha até aqui, menina
mãos sobre a mesa
que história é esta de lenda
escrita com lápis de cera
lá no caderno azul
desta vez, menina
vai pra palmatória
é a mesma sina
sem fé ou glória
tão sem saída
tuas estúpidas
tentativas
falta-te respeito
deboche te faz jus
não tens direito
de não crer em jesus
é heresia, da pior espécie
nossa senhora é virgem
pare de dizer isso...
vá até a porta
despeça-se da turma
diga que sente muito
e venha até aqui
corpo curvado,
saia levantada
tudo é para o seu bem.
plaft plaft plaft
Dhênova
...
sempre um show, meu amigo, inspirador tu. 21:30 (2 horas atrás) André Anlub
Soco direto de direita e um gancho de esquerda, nocaute!
Duca7 os dois!
Mil aplausos! 21:45 (1½ horas atrás) Wasil Sacharuk
AULA FICTÍCIA EM 1975
Guri, vai cortar esse cabelo
Aqui no colégio não pode
olha que conto ao padre
que vai contar ao Dom Carmelo
E não venha mais de chinelos
e essa camisa suja e amassada
tem que ser bem passada
e engomada com desvelo
Guri, aprende a cantar o hino
do teu país verdeamarelo
o nosso azul é mais belo
que qualquer outro latino
E esqueça essa história
de pensar em filosofia
ser outro inútil da poesia
pois te passo a palmatória
plaft plaft plaft
ai ai ai
cala boca guri de merda
Wasil Sacharuk 21:52 (1½ horas atrás)
Marisa
Aula Fictícia em 1970, 71, 72...
Mas garota, que beleza!
Onde aprendeu poesia?
Com essa rima vazia
è conctretista, com certeza...
Mas menino, estou encantada!
Me fez uma linda prosa poética...
Eu pedi uma carta comercial, bem sintética
E você me traz essa apaixonada?
Gente não se pode viver de Vinícius!
Vestibular vem aí.Tem que saber é gramática
Se não passam, olhem a situação dramática
E o diretor me manda para o sacrifício...
Prô, por favor, vamos ler o soneto...
Isso sim é estudo perfeito
Todo o resto se aprende amanhã
E a classe se empenhava no afã
De decorar poemas e trovas
Eu concordava e nem dava prova!
BIs, bis, bis... 23:32 (0 minutos atrás) excluir
Decimar Biagini
Puta que pariu, daqui até o útero... Rsss
Corre lá para o fundo guri
Para com isso
Já disse que não gostei do seu tema
Seja mais preciso
Não troque redação por poema
Vai lá para o fundo, vagabundo
Já falei, e coloca o chapéu de burro
Ajoelha no milho, seu imundo
Troque o Gregório por Dom Casmurro
Mas professora, eu ganhei um concurso
Larga essa vassoura, sua bruxa sem discurso
Não me venha com estas rimas de trovador
Eu sei muito bem no que os poetas se tornam
Tudo bem professora, me dá o chapéu
Legal esse jornal fessora, tem poema de cordél
Tsc, tsc, pow...
Decimar Biagini 21:23 (2 horas atrás) Dhênova
AULA FICTÍCIA EM 1979
Venha até aqui, menina
mãos sobre a mesa
que história é esta de lenda
escrita com lápis de cera
lá no caderno azul
desta vez, menina
vai pra palmatória
é a mesma sina
sem fé ou glória
tão sem saída
tuas estúpidas
tentativas
falta-te respeito
deboche te faz jus
não tens direito
de não crer em jesus
é heresia, da pior espécie
nossa senhora é virgem
pare de dizer isso...
vá até a porta
despeça-se da turma
diga que sente muito
e venha até aqui
corpo curvado,
saia levantada
tudo é para o seu bem.
plaft plaft plaft
Dhênova
...
sempre um show, meu amigo, inspirador tu. 21:30 (2 horas atrás) André Anlub
Soco direto de direita e um gancho de esquerda, nocaute!
Duca7 os dois!
Mil aplausos! 21:45 (1½ horas atrás) Wasil Sacharuk
AULA FICTÍCIA EM 1975
Guri, vai cortar esse cabelo
Aqui no colégio não pode
olha que conto ao padre
que vai contar ao Dom Carmelo
E não venha mais de chinelos
e essa camisa suja e amassada
tem que ser bem passada
e engomada com desvelo
Guri, aprende a cantar o hino
do teu país verdeamarelo
o nosso azul é mais belo
que qualquer outro latino
E esqueça essa história
de pensar em filosofia
ser outro inútil da poesia
pois te passo a palmatória
plaft plaft plaft
ai ai ai
cala boca guri de merda
Wasil Sacharuk 21:52 (1½ horas atrás)
Marisa
Aula Fictícia em 1970, 71, 72...
Mas garota, que beleza!
Onde aprendeu poesia?
Com essa rima vazia
è conctretista, com certeza...
Mas menino, estou encantada!
Me fez uma linda prosa poética...
Eu pedi uma carta comercial, bem sintética
E você me traz essa apaixonada?
Gente não se pode viver de Vinícius!
Vestibular vem aí.Tem que saber é gramática
Se não passam, olhem a situação dramática
E o diretor me manda para o sacrifício...
Prô, por favor, vamos ler o soneto...
Isso sim é estudo perfeito
Todo o resto se aprende amanhã
E a classe se empenhava no afã
De decorar poemas e trovas
Eu concordava e nem dava prova!
BIs, bis, bis... 23:32 (0 minutos atrás) excluir
Decimar Biagini
Puta que pariu, daqui até o útero... Rsss
CONDENADO CORREDOR
Caminhei com cuidado
Catei cacos contorcidos
Cortei certos calçados
Com couros comprimidos
Consertei-os calado
Certa conclusão culpou-me
Conduzida com conceitos
Confusão condenou-me
Cerceou-me com categórica caneta
Como considerado culpado
Corri com convicção
Com cuecão cagado
Corri cantando canção
Caguei com cega culpa
Certamente com coração
Claro que corri, cega condenação
Decimar Biagini
Catei cacos contorcidos
Cortei certos calçados
Com couros comprimidos
Consertei-os calado
Certa conclusão culpou-me
Conduzida com conceitos
Confusão condenou-me
Cerceou-me com categórica caneta
Como considerado culpado
Corri com convicção
Com cuecão cagado
Corri cantando canção
Caguei com cega culpa
Certamente com coração
Claro que corri, cega condenação
Decimar Biagini
CONDENADO CORREDOR
Caminhei com cuidado
Catei cacos contorcidos
Cortei certos calçados
Com couros comprimidos
Consertei-os calado
Certa conclusão culpou-me
Conduzida com conceitos
Confusão condenou-me
Cerceou-me com categórica caneta
Como considerado culpado
Corri com convicção
Com cuecão cagado
Corri cantando canção
Caguei com cega culpa
Certamente com coração
Claro que corri, com comoção
Decimar Biagini
Catei cacos contorcidos
Cortei certos calçados
Com couros comprimidos
Consertei-os calado
Certa conclusão culpou-me
Conduzida com conceitos
Confusão condenou-me
Cerceou-me com categórica caneta
Como considerado culpado
Corri com convicção
Com cuecão cagado
Corri cantando canção
Caguei com cega culpa
Certamente com coração
Claro que corri, com comoção
Decimar Biagini
EDUCAÇÃO EM 1989
Corre lá para o fundo guri
Para com isso
Já disse que não gostei do seu tema
Seja mais preciso
Não troque redação por poema
Vai lá para o fundo, vagabundo
Já falei, e coloca o chapéu de burro
Ajoelha no milho, seu imundo
Troque o Gregório por Dom Casmurro
Mas professora, eu ganhei um concurso
Larga essa vassoura, sua bruxa sem discurso
Não me venha com estas rimas de trovador
Eu sei muito bem no que os poetas se tornam
Tudo bem professora, me dá o chapéu
Legal esse jornal fessora, tem poema de cordél
Tsc, tsc, pow...
Decimar Biagini
Para com isso
Já disse que não gostei do seu tema
Seja mais preciso
Não troque redação por poema
Vai lá para o fundo, vagabundo
Já falei, e coloca o chapéu de burro
Ajoelha no milho, seu imundo
Troque o Gregório por Dom Casmurro
Mas professora, eu ganhei um concurso
Larga essa vassoura, sua bruxa sem discurso
Não me venha com estas rimas de trovador
Eu sei muito bem no que os poetas se tornam
Tudo bem professora, me dá o chapéu
Legal esse jornal fessora, tem poema de cordél
Tsc, tsc, pow...
Decimar Biagini
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
REGENERA-TE
Nunca haverá o eterno encanto
onde há sorriso já houve pranto
Na sinfonia do triste abandono
Haverá um dia sem cetro, sem trono
Se te deixaram, olhe para ti
Cuida-te e trate teu ego
Se te trairam, largue o apego
Sei que dói, não nego
Mas não há o que refazeres ali
E se foste tu quem te traíste e te foste
Rege a tua escolha e tormento
pois estar só é a exatidão do momento
que também é de abrigo e fortaleza
Sempre haverá um novo canto
um novo susto e um novo engano
e o necessário assombro da redescoberta,
na partilha que restaura o acalanto
Quando as distâncias não se medem
e os caminhos não se cruzam
Volver as cinzas, no próprio borralho
Entre crises, é o melhor atalho
enquanto a vida segue sua rota aberta
Decimar Biagini e Luciana Del Nero
onde há sorriso já houve pranto
Na sinfonia do triste abandono
Haverá um dia sem cetro, sem trono
Se te deixaram, olhe para ti
Cuida-te e trate teu ego
Se te trairam, largue o apego
Sei que dói, não nego
Mas não há o que refazeres ali
E se foste tu quem te traíste e te foste
Rege a tua escolha e tormento
pois estar só é a exatidão do momento
que também é de abrigo e fortaleza
Sempre haverá um novo canto
um novo susto e um novo engano
e o necessário assombro da redescoberta,
na partilha que restaura o acalanto
Quando as distâncias não se medem
e os caminhos não se cruzam
Volver as cinzas, no próprio borralho
Entre crises, é o melhor atalho
enquanto a vida segue sua rota aberta
Decimar Biagini e Luciana Del Nero
domingo, 20 de fevereiro de 2011
O AMOR REFAZ
Sabe, uma vez eu dizia que o amor era dotado de uma magia capaz de reinventar o casal dentro de uma incessante rotina sem que a mesma tivesse a necessidade de quebrá-la, resumindo toda esta complexa tertúlia para ruminantes ninarem, acho melhor dizer-te:
Amo-te Morena, adorei o final de semana...
Decimar Biagini
Amo-te Morena, adorei o final de semana...
Decimar Biagini
DE VOLTA
Ouço lá fora o grito do quero-quero
sei da fúria do vento e do meu erro
imagino teu agora cheio de medos
e ainda assim escondes os segredos
Um dia chegarei naquilo que fomos
e então reunirei velhos rastros
ao rever o amor em nossos olhos
sem a hipocrisia de anseios castos
O que fizestes hoje aqui no rancho
agitando canções de amor em companhia
gemendo a alma em bárbara fantasia
fez-me feliz, lembrando agora me desmancho
Desejo a vida sentida na terra
quero a paixão mais forte que sela
sei da canção, da dor e da guerra
hoje, saudoso do que fizemos
registro um poema em parceria
contando ao leitor o que fizemos
para retratar o amor em poesia
Decimar Biagini e Dhenova
sei da fúria do vento e do meu erro
imagino teu agora cheio de medos
e ainda assim escondes os segredos
Um dia chegarei naquilo que fomos
e então reunirei velhos rastros
ao rever o amor em nossos olhos
sem a hipocrisia de anseios castos
O que fizestes hoje aqui no rancho
agitando canções de amor em companhia
gemendo a alma em bárbara fantasia
fez-me feliz, lembrando agora me desmancho
Desejo a vida sentida na terra
quero a paixão mais forte que sela
sei da canção, da dor e da guerra
hoje, saudoso do que fizemos
registro um poema em parceria
contando ao leitor o que fizemos
para retratar o amor em poesia
Decimar Biagini e Dhenova
sábado, 19 de fevereiro de 2011
O ADEUS DO POETA
Num adeus de despedida
à mentira desmedida
Dos meus anos de vida
Buscando sombra amiga
Entre soluços e mágoas
Com olhos rasos dágua
ouvindo triste cantiga
na saudade que castiga
Nessa vida de proscrito
Cuja dor é a de poeta
O que resta é o escrito
Numa quimera incompleta
Sempre fora minha vontade
Velho anseio de teatino
Ver no caminho a verdade
Que perdi desde menino
Mas agora já é tarde
no poente encerra o destino
No peito ainda arde
o orgulho de um leonino
Não consegui ser rei da selva
Sequer de Deus tive clemência
O que li talvez não mais sirva
Querer saber me trouxe demência
Resta arrematar a existência
Nessa versada velha sem rumo
Ao leitor deixei a consciência
De que a rima não dá nem pro fumo
Eu escrevi pouco pelo tanto que vi
Talvez um leitor, uma coincidência
Partilhe comigo o pranto, antes de ir
Decimar Biagini
à mentira desmedida
Dos meus anos de vida
Buscando sombra amiga
Entre soluços e mágoas
Com olhos rasos dágua
ouvindo triste cantiga
na saudade que castiga
Nessa vida de proscrito
Cuja dor é a de poeta
O que resta é o escrito
Numa quimera incompleta
Sempre fora minha vontade
Velho anseio de teatino
Ver no caminho a verdade
Que perdi desde menino
Mas agora já é tarde
no poente encerra o destino
No peito ainda arde
o orgulho de um leonino
Não consegui ser rei da selva
Sequer de Deus tive clemência
O que li talvez não mais sirva
Querer saber me trouxe demência
Resta arrematar a existência
Nessa versada velha sem rumo
Ao leitor deixei a consciência
De que a rima não dá nem pro fumo
Eu escrevi pouco pelo tanto que vi
Talvez um leitor, uma coincidência
Partilhe comigo o pranto, antes de ir
Decimar Biagini
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
DAS REVOADAS
Nem bem o céu se abria
E o mundo já me chamou
Dizem que não canta a cotovia
Pois na américa nunca pousou
Isso um biólogo me dizia
Então foi outro passarinho que cantou
Dizem que na luz da manhã, a tal cotovia
desencarna levantando altissonante vôo
significando o impulso humano para a alegria.
enquanto isso um café passado eu côo
E assim acordamos para a rotina humana
Enquanto os passarinhos lançam-se em liberdade
Estarei engaiolado pelo resto da semana
Em pranto, ficarei sem ninho, vou lá, já é tarde
BI-BI (era para ser o som da carona)
Decimar Biagini
E o mundo já me chamou
Dizem que não canta a cotovia
Pois na américa nunca pousou
Isso um biólogo me dizia
Então foi outro passarinho que cantou
Dizem que na luz da manhã, a tal cotovia
desencarna levantando altissonante vôo
significando o impulso humano para a alegria.
enquanto isso um café passado eu côo
E assim acordamos para a rotina humana
Enquanto os passarinhos lançam-se em liberdade
Estarei engaiolado pelo resto da semana
Em pranto, ficarei sem ninho, vou lá, já é tarde
BI-BI (era para ser o som da carona)
Decimar Biagini
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
RODA GIGANTE
Sim, lá vai ele
O mundo que construí
Sim, lá vai ele
Sem me levar, sigo aqui
Pensei em tomar sorvete
Na bela cidade Napolitana
Pensei ser um ginete
Para viver montado na grana
Peão de rodeio não dá
O mundo roda ligeiro
O cavalo vai me derrubá
E o touro é matreiro
Pensei em tomar sorvete
Na bela cidade napolitana
Escrever [Berlusconi] em []
Para blindar a máfia italiana
Ser mafioso não dá
O mundo roda ligeiro
O escândalo pode estourá
E depois bloqueiam meu dinheiro
Pensei em tomar sorvete
O salário mínimo aumentou pouco
Melhor escrever um lembrete
Vale um sorvete na roda gigante
Assim de sonhos vai vivendo o louco
No próximo mês, talvez um refrigerante
E no natal uma àgua de coco
O mundo roda ligeiro
Viver de poesia não dá
O poema não rende dinheiro
Acho melhor parar de rimar
Decimar Biagini
O mundo que construí
Sim, lá vai ele
Sem me levar, sigo aqui
Pensei em tomar sorvete
Na bela cidade Napolitana
Pensei ser um ginete
Para viver montado na grana
Peão de rodeio não dá
O mundo roda ligeiro
O cavalo vai me derrubá
E o touro é matreiro
Pensei em tomar sorvete
Na bela cidade napolitana
Escrever [Berlusconi] em []
Para blindar a máfia italiana
Ser mafioso não dá
O mundo roda ligeiro
O escândalo pode estourá
E depois bloqueiam meu dinheiro
Pensei em tomar sorvete
O salário mínimo aumentou pouco
Melhor escrever um lembrete
Vale um sorvete na roda gigante
Assim de sonhos vai vivendo o louco
No próximo mês, talvez um refrigerante
E no natal uma àgua de coco
O mundo roda ligeiro
Viver de poesia não dá
O poema não rende dinheiro
Acho melhor parar de rimar
Decimar Biagini
O CAMBICHO
A vida com capricho
Numa similar visão
Levada com carinho
É um grande nicho
Para quem tem coração
Pois rico será o caminho
Ao que firmar cambicho
Com prenda de boa intenção
Imaginem um final de tarde
Com a prenda servindo o mate
Sem a solidão do catre
Sem tristeza que abate
Imaginem a criançada
Correndo pelo assoalho
Brincando com a cuscarada
Vida levada sem atalho
De tal modo abençoada
Que o retorno do trabalho
Seria de forma abençoada
Sem ter na vida atrapalho
Enquanto o sonho não chega
Fiquem pensando na estrada
Nessa enganação tão leda
Cujo esforço não leva a nada
Decimar Biagini
Numa similar visão
Levada com carinho
É um grande nicho
Para quem tem coração
Pois rico será o caminho
Ao que firmar cambicho
Com prenda de boa intenção
Imaginem um final de tarde
Com a prenda servindo o mate
Sem a solidão do catre
Sem tristeza que abate
Imaginem a criançada
Correndo pelo assoalho
Brincando com a cuscarada
Vida levada sem atalho
De tal modo abençoada
Que o retorno do trabalho
Seria de forma abençoada
Sem ter na vida atrapalho
Enquanto o sonho não chega
Fiquem pensando na estrada
Nessa enganação tão leda
Cujo esforço não leva a nada
Decimar Biagini
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
PRIMOR DE MÃE
Mãe torce
Aprimora o amor
Of course
Alteia e lima
Alivia a dor
Se aproxima
Teme o futuro
Não dá bola para a riqueza
Acende vela no escuro
Faz da filha uma princesa
Mantém o amor
Lapidado com o dedo
Dá ao arco-íris nova cor
Não deixa a filha sentir medo
Sopesa sofrimentos
E tira dali um lindo enredo
Transcreve momentos
E faz poema de manhã cedo
Assim é Eliana Vaz
Mãe de Larissa Fadel
Poesia é o que ela faz
Traz brisa a quem já leu
Decimar Biagini
Aprimora o amor
Of course
Alteia e lima
Alivia a dor
Se aproxima
Teme o futuro
Não dá bola para a riqueza
Acende vela no escuro
Faz da filha uma princesa
Mantém o amor
Lapidado com o dedo
Dá ao arco-íris nova cor
Não deixa a filha sentir medo
Sopesa sofrimentos
E tira dali um lindo enredo
Transcreve momentos
E faz poema de manhã cedo
Assim é Eliana Vaz
Mãe de Larissa Fadel
Poesia é o que ela faz
Traz brisa a quem já leu
Decimar Biagini
PRIMOR DE MÃE
Mãe torce
Aprimora o amor
Of course
Alteia e lima
Alivia a dor
Se aproxima
Teme o futuro
Não dá bola para a riqueza
Acende vela no escuro
Faz da filha uma princesa
Mantém o amor
Lapidado com o dedo
Dá ao arco-íris nova cor
Não deixa a filha sentir medo
Sopesa sofrimentos
E tira dali um lindo enredo
Transcreve momentos
E faz poema de manhã cedo
Assim é Eliana Vaz
Mãe de Larissa Fadel
Poesia é o que ela faz
Traz brisa a quem já leu
Decimar Biagini
Aprimora o amor
Of course
Alteia e lima
Alivia a dor
Se aproxima
Teme o futuro
Não dá bola para a riqueza
Acende vela no escuro
Faz da filha uma princesa
Mantém o amor
Lapidado com o dedo
Dá ao arco-íris nova cor
Não deixa a filha sentir medo
Sopesa sofrimentos
E tira dali um lindo enredo
Transcreve momentos
E faz poema de manhã cedo
Assim é Eliana Vaz
Mãe de Larissa Fadel
Poesia é o que ela faz
Traz brisa a quem já leu
Decimar Biagini
CABEÇA QUE NÃO TEM JUÍZO
Taciturna dedução
Na lânguida expressão
Fremente improvisação
Deu conta da provocação
O verso impuro
Registrado fica
Não fica em cima do muro
À rima se dedica
No poema eu me curo
Sem juízo, sem valor
A frase enfim, no escuro
É feita com fervor
Luz do poema
Na cabeça do poeta
Largou a pena
Pelo teclado preto
E se é pelo poema,
que podemos nos tornar bons,
seguramente encontraremos leitores,
que nos julgarão
tão dura a pena
ao exame da improvisação
Decimar Biagini
Na lânguida expressão
Fremente improvisação
Deu conta da provocação
O verso impuro
Registrado fica
Não fica em cima do muro
À rima se dedica
No poema eu me curo
Sem juízo, sem valor
A frase enfim, no escuro
É feita com fervor
Luz do poema
Na cabeça do poeta
Largou a pena
Pelo teclado preto
E se é pelo poema,
que podemos nos tornar bons,
seguramente encontraremos leitores,
que nos julgarão
tão dura a pena
ao exame da improvisação
Decimar Biagini
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
IMPROVISOS DO DIA
NEBLINA
A magia daquela bruma
Quando viajo pela serra
Uma branca e fina espuma
Cujo vento lentamente leva
Uma nuvem em contato com o solo
Um milagre em forma condensada
Enquanto com um olhar colo
A imagem da àgua evaporada
Decimar Biagini
ART OF MONEY
Pagamento adiantado
Para um bom advogado
Para tê-lo inocentado
E dar conta do recado
Homicídio doloso
Ou homicídio culposo
Vira legítima defesa
Ou estado de necessidade
Basta dinheiro na mesa
Que é moldada a verdade
Não vai presa a Alteza
Só mesmo a marginalidade
Decimar Biagini
O ESCÂNDALO FÔNICO DE UM GRITO
Durante a época da escola
Os professores ensinam
Que não é bom pedir esmola
E que as drogas alucinam
O método fônico e o multissensorial
Chega ser cômico para o analfabeto virutal
O que uma coisa tem a ver com outra?
Grite no orkut, uma esmola por favor
Depois escute, o som do eu-lírico locutor
Decimar Biagini
Versos Anônimos
Apócrifo verso
Prostituto virtual
Mero manifesto
De um ser banal
No grego ανωνυμία
Sem nome e tal
Sem apego não se cria
Na poesia usual
Sem essência
Tomado por incautos
Verso em decadência
Em poéticos assaltos
Fake da maldição
Rima sem gradação
Música sem refrão
Decimar Biagini
Quem está no espelho?
Talvez alguém frustrado
Um chato, um pentelho
Que teve o sonho roubado
Quem está no espelho?
Talvez um pobre coitado
Sentado de joelhos
Com um pulso cortado
Decimar Biagini
A magia daquela bruma
Quando viajo pela serra
Uma branca e fina espuma
Cujo vento lentamente leva
Uma nuvem em contato com o solo
Um milagre em forma condensada
Enquanto com um olhar colo
A imagem da àgua evaporada
Decimar Biagini
ART OF MONEY
Pagamento adiantado
Para um bom advogado
Para tê-lo inocentado
E dar conta do recado
Homicídio doloso
Ou homicídio culposo
Vira legítima defesa
Ou estado de necessidade
Basta dinheiro na mesa
Que é moldada a verdade
Não vai presa a Alteza
Só mesmo a marginalidade
Decimar Biagini
O ESCÂNDALO FÔNICO DE UM GRITO
Durante a época da escola
Os professores ensinam
Que não é bom pedir esmola
E que as drogas alucinam
O método fônico e o multissensorial
Chega ser cômico para o analfabeto virutal
O que uma coisa tem a ver com outra?
Grite no orkut, uma esmola por favor
Depois escute, o som do eu-lírico locutor
Decimar Biagini
Versos Anônimos
Apócrifo verso
Prostituto virtual
Mero manifesto
De um ser banal
No grego ανωνυμία
Sem nome e tal
Sem apego não se cria
Na poesia usual
Sem essência
Tomado por incautos
Verso em decadência
Em poéticos assaltos
Fake da maldição
Rima sem gradação
Música sem refrão
Decimar Biagini
Quem está no espelho?
Talvez alguém frustrado
Um chato, um pentelho
Que teve o sonho roubado
Quem está no espelho?
Talvez um pobre coitado
Sentado de joelhos
Com um pulso cortado
Decimar Biagini
domingo, 13 de fevereiro de 2011
COMPANHEIRO CABELUDO
_________________________
Certa cumplicidade
Colocada com Catilinas
Contumaz capacidade
Com caldosas crinas
Cumprimenta calado
Calçando cotovelos
Com camisa cavada
Curvando chinelos
Conquistando companheiros
Cataclismando credos
Coçando couros cabeludos
Com cálida consistência
Crivando canudos
Com cafeinada coincidência
Crisado com conteúdos
Cumpre-me, comunicá-lo
Com certa cadência
Cecimar Ciagini
Certa cumplicidade
Colocada com Catilinas
Contumaz capacidade
Com caldosas crinas
Cumprimenta calado
Calçando cotovelos
Com camisa cavada
Curvando chinelos
Conquistando companheiros
Cataclismando credos
Coçando couros cabeludos
Com cálida consistência
Crivando canudos
Com cafeinada coincidência
Crisado com conteúdos
Cumpre-me, comunicá-lo
Com certa cadência
Cecimar Ciagini
CERTAS CATILINAS
Conversas cruzadas
Carregam companhia
Cortesias conquistadas
Com certa categoria
Catilinas criadas
Com calor, com coração
Comunicações coordenadas
Com carinho, com comunhão
Capacitando comovidos
Cabalísticos criadores
Culturalmente conhecidos
Cada catilina, com categoria
Convida construções casuísticas
Combatendo certas críticas
Cecimar Ciagini
Carregam companhia
Cortesias conquistadas
Com certa categoria
Catilinas criadas
Com calor, com coração
Comunicações coordenadas
Com carinho, com comunhão
Capacitando comovidos
Cabalísticos criadores
Culturalmente conhecidos
Cada catilina, com categoria
Convida construções casuísticas
Combatendo certas críticas
Cecimar Ciagini
BAILANDO SOBRE AS PEDRAS
Ritual que faz parte
da lida de poesia
O mate é estandarte
já no clarear do dia
Entre um ronco
Ouço galpão crioulo
Em contraponto
Ateio lenha no fogo
Enquanto ao redor das casas
Cantam inocentes passarinhos
Bailando sobre as pedras
Assim amanhece um gaúcho
Acordando num domingo
Ritual que o ajuda no repuxo
Enquanto música vai ouvindo
Decimar Biagini
da lida de poesia
O mate é estandarte
já no clarear do dia
Entre um ronco
Ouço galpão crioulo
Em contraponto
Ateio lenha no fogo
Enquanto ao redor das casas
Cantam inocentes passarinhos
Bailando sobre as pedras
Assim amanhece um gaúcho
Acordando num domingo
Ritual que o ajuda no repuxo
Enquanto música vai ouvindo
Decimar Biagini
sábado, 12 de fevereiro de 2011
O QUE ESCREVO
Se hoje sou poeta
Amanhã já se findou
O poema em obra aberta
Registrará o que sou
Se escrevo com ânimo
É devido a inspiração
Do poeta magnânimo
E sua humilde retidão
André é professor
Humildade sábia
Caráter, lisura e amor
E uma boa lábia
Gosto de estar aqui
Não tenho trono
Mas sou combativo
Aprendo com Juleni
Com Dhenova sou emotivo
Wasil é irmão das letras
André meu grande incentivo
Decimar Biagini
Amanhã já se findou
O poema em obra aberta
Registrará o que sou
Se escrevo com ânimo
É devido a inspiração
Do poeta magnânimo
E sua humilde retidão
André é professor
Humildade sábia
Caráter, lisura e amor
E uma boa lábia
Gosto de estar aqui
Não tenho trono
Mas sou combativo
Aprendo com Juleni
Com Dhenova sou emotivo
Wasil é irmão das letras
André meu grande incentivo
Decimar Biagini
ERGAMOS AS VOZES
Nestes versos exulto
rememórias por certo
num sonho insepulto
de tê-la aqui perto
a amizade em culto
em poema nobre e franco
em pensamento oculto
para enxugar o pranto
depois se fará silêncio
em rimas de antigo canto
e que se acenda o incenso
com a fumaça distante
pelo carinho imenso
à poetisa altisonante
E que ergam as vozes
Com matizes vibrantes
abraçando a amizade
que se faz pura nesse instante
Ó tempo, descansai meus sonhos
pois outros mares tento navegar
Ó vento, traga de volta os sonhos
Para que mesmo distante a poesia possa brotar
E enfim novamente o silêncio se fará
Nas longas tardes a procura de borboletas
Nas flautas de doces cantigas de um descanso
Onde os versos brotarão em cascatas
Aliviando as dores no aconchego de um remanso
Decimar Biagini e Larissa Fadel
rememórias por certo
num sonho insepulto
de tê-la aqui perto
a amizade em culto
em poema nobre e franco
em pensamento oculto
para enxugar o pranto
depois se fará silêncio
em rimas de antigo canto
e que se acenda o incenso
com a fumaça distante
pelo carinho imenso
à poetisa altisonante
E que ergam as vozes
Com matizes vibrantes
abraçando a amizade
que se faz pura nesse instante
Ó tempo, descansai meus sonhos
pois outros mares tento navegar
Ó vento, traga de volta os sonhos
Para que mesmo distante a poesia possa brotar
E enfim novamente o silêncio se fará
Nas longas tardes a procura de borboletas
Nas flautas de doces cantigas de um descanso
Onde os versos brotarão em cascatas
Aliviando as dores no aconchego de um remanso
Decimar Biagini e Larissa Fadel
IMPROVISOS SABATINOS
Sufoco
O ingresso de um poeta
No desafio da roda de improviso
Tornou difícil a meta
De fazer rápido poema liso
Me perco lendo seu talento
Posto colagens e considerações
E ele rápido como o vento
Torna a fazer outras improvisações
Perco o sono, dedico rimas
Perdendo o trono, em duras esgrimas
Decimar Biagini
O ingresso de um poeta
No desafio da roda de improviso
Tornou difícil a meta
De fazer rápido poema liso
Me perco lendo seu talento
Posto colagens e considerações
E ele rápido como o vento
Torna a fazer outras improvisações
Perco o sono, dedico rimas
Perdendo o trono, em duras esgrimas
Decimar Biagini
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
MERA SEMELHANÇA
Aí peixe, estou com pobrema com pensão
Não esquenta com o desfecho, há solução
Você tem sofrido com execuções de alimentos
E por vezes precisou ser preso para pagar
O futebol é feito mesmo de momentos
Na atual conjectura, não dá para se aposentar
Eu te aconselho procurar novos ventos
Que tal em algum partido pífio te candidatar(es)
Pois é peixe, qualquer coisa para não "puxar"*
Vamos nessa, onde eu preciso assinar?
Cara, a grande nação, com certeza vai te eleger
Vai lembrar da Seleção, do Tetra e do Mengão
Vai lembrar mais do Barcelona, do que os filhos a fazer
Talvez o PSV e alguma frase de forte impactação
Bingo peixe, já é, me elegi deputado federal
Porra, agora tenho imunidade parlamentar
Nunca mais serei preso por pensão não pagar
Mas sabe que o foda, é que meu discurso é sem sal
Agora aqui no plenário, tremi, passei mal
Na boa peixe, me leva para o hospital
Sem problema, aqui está teu atestado
Ganharás licença para o próximo Carnaval
Decimar Biagini
__________________________________
* termo utilizado aos que cumprem pena.
Não esquenta com o desfecho, há solução
Você tem sofrido com execuções de alimentos
E por vezes precisou ser preso para pagar
O futebol é feito mesmo de momentos
Na atual conjectura, não dá para se aposentar
Eu te aconselho procurar novos ventos
Que tal em algum partido pífio te candidatar(es)
Pois é peixe, qualquer coisa para não "puxar"*
Vamos nessa, onde eu preciso assinar?
Cara, a grande nação, com certeza vai te eleger
Vai lembrar da Seleção, do Tetra e do Mengão
Vai lembrar mais do Barcelona, do que os filhos a fazer
Talvez o PSV e alguma frase de forte impactação
Bingo peixe, já é, me elegi deputado federal
Porra, agora tenho imunidade parlamentar
Nunca mais serei preso por pensão não pagar
Mas sabe que o foda, é que meu discurso é sem sal
Agora aqui no plenário, tremi, passei mal
Na boa peixe, me leva para o hospital
Sem problema, aqui está teu atestado
Ganharás licença para o próximo Carnaval
Decimar Biagini
__________________________________
* termo utilizado aos que cumprem pena.
EMPRÉSTIMOS DA POESIA
Entre risos e lágrimas
O Poeta e seu leitor
Viram suas páginas
Em semântico amor
Hoje, quando a história
renega sua imensa alma
Em cotidiano sem glória
Essa libertação o acalma
Luta heróica do verso
Que só para sim encampa
No virtual universo
Ele majora sua estampa
Semeando figuração astral
No vasto estrelato excelso
Lendário então se acampa
Saindo do anonimato perverso
Esse vazio na alma é preenchido
Na estensão do versar em verve
Ao poder considerar-se lido
Do ego nada tira, mas lhe serve
Decimar Biagini
O Poeta e seu leitor
Viram suas páginas
Em semântico amor
Hoje, quando a história
renega sua imensa alma
Em cotidiano sem glória
Essa libertação o acalma
Luta heróica do verso
Que só para sim encampa
No virtual universo
Ele majora sua estampa
Semeando figuração astral
No vasto estrelato excelso
Lendário então se acampa
Saindo do anonimato perverso
Esse vazio na alma é preenchido
Na estensão do versar em verve
Ao poder considerar-se lido
Do ego nada tira, mas lhe serve
Decimar Biagini
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
SONETO LIVRE AO POETA PRISIONEIRO
Flutua por fendas do abismo poético
Amante das alturas intangíveis
Provocando as solturas em declives
Com asa delta de rimas e lirismo dialético
Verso que brilha traçando no céu
O caminho mais belo, coberto de flores
Expresso, ele fala dos tantos amores
Preso, é sentido na boca o gosto de fel
Ao passo que a liberdade se distancia
O poema aquece o frio da sua existência
No vazio da realidade e saudade da infância
Quando liberto, na embarcação do destino
Pousa na folha de papel de alguém perdido
Deixa esvaziado o poeta, diverte o menino...
Decimar Biagini e Dhênova
Amante das alturas intangíveis
Provocando as solturas em declives
Com asa delta de rimas e lirismo dialético
Verso que brilha traçando no céu
O caminho mais belo, coberto de flores
Expresso, ele fala dos tantos amores
Preso, é sentido na boca o gosto de fel
Ao passo que a liberdade se distancia
O poema aquece o frio da sua existência
No vazio da realidade e saudade da infância
Quando liberto, na embarcação do destino
Pousa na folha de papel de alguém perdido
Deixa esvaziado o poeta, diverte o menino...
Decimar Biagini e Dhênova
domingo, 6 de fevereiro de 2011
IMPROVISOS NO DESAFIO DA NOP
SOCIEDADE PODRE
A vida e a natureza
Na tristeza do artificial
Foi-se a rara beleza
De um verde natural
Os coqueiros são de plástico
Os sonhos são comprados
O dinheiro é elástico
Para os menos abastados
Ouço conversas nas ruas
De gente humilde e entristecida
Nas esquinas mulheres nuas
Deixando suas famílias esquecidas
Que sina será a sua?
Nessa sociedade falida
A poesia ficara muda
E a canção não será ouvida
Decimar Biagini
A RECÍPROCA
Poetisa de mil encantos
recamada de luares
bordoneada de cantares
de poemas tão santos
entre distância cativa
arrinconada entre eles
horizonte de aquarelas
entre sonidos de ventos
retratas o encantamento
do céu bordado de estrelas
na quietude das águas
enquanto escuto a chuva
o urutau chora mágoas
em soluços de ansiedade
lagoa que imensidade
perdida na nossa verdade
toda de azul se reveste
na longitude virtual silvestre
Poeta de ímpar grandeza
Recheado de raiz
Deixa-me feliz
com rimas de tal beleza
mesmo à distância tamanha
cativa admiração imensa
escreve bem sobre tudo
eu leio sonhando confrontos
entre cantos de pássaros
e colho mais uma amizade
com o barulho do vento
que bate na goiabeira
ouço versos aqui dentro
preciso de escoadouro
navego até seus poemas
que valem mais do que ouro
diante do seu grande tesouro
de verve que é um estouro
Decimar Biagini & Juleni Andrade
PARCERIAS POÉTICAS
Depois de certas poesias
Os poetas então costumam
Relembrar suas parcerias
Em leituras que se aprumam
São as letras que carregam
Uma certa dose de alquimia,
Uma certa dose de teimosia,
Coletâneas que aliciam
Na junção de fatos da vida
Ungidos pela virtual amizade
Onde o soneto lhes dá guarida
Marcas da linguagem desmedida
Entre tantas afinidades
com carinho no verso em despedida.
Decimar e Nancy
O MENDIGO TROVADOR
Um jornalista
Doido por uma matéria
Resolveu explorar a miséria
De um mendigo em uma entrevista
Bom dia transeunte
Poderia dizer o que faz aqui?
E o homem num segundo
Passou então a proferir:
Eu vivo no mundo
andando sozinho
taxado de vagabundo
distanciado do ninho
minha amargura
é tropeada sem rumo
não tenho estrutura
sem ascender um fumo
Se hoje tomo uma pura
já tive esplendor e religião
Se hoje a canção não é cura
Já tive paz no coração
Eu queria uma família
Para churrasquear no domingo
Não ser pingo sem tropilha
Não ser chamado de mendigo
Agora dá licença moço da entrevista
Que o trovador precisa sobreviver
Vou ali na saída daquela missa
Pedir um trocado para comer
Decimar Biagini
OBSERVANDO A SOLIDÃO
O tosco e velho casebre abandonado
Que fez do amor uma antiga legenda
nos teus vincos, um sol ensanguentado
traz rodeios de luz em cada fenda
Já foste outrora, mística vivenda,
O único abrigo, do poeta denodado
seguro ninho de amor duma só prenda
que ali, encontrou seu bem amado
Nas horas mortas, o vento em serenata
lhe vem saudar em lúgubre sonata
num atropelo de gritos na amplidão
O tosco e velho casebre abandonado
nos teus vincos, um sol ensanguentado
tinge de rubro as tardes de solidão
Decimar Biagini
ANIVERSÁRIO DA LARISSA FADEL
Ouve-se ao longe o repicar dos sinos
Da velha amizade sem dono
ontem ainda a apontar destinos
postava na jardineira sem trono
Eram noites tenues e claras
Cantava salmos ao som de violinos
sobre altares de mármore e carraras
postava poemas peregrinos
Tal foi o esplendor daquelas eras
que hoje ainda, nas lúgubres taperas
restam minhas homenagens em toda parte
as glórias de Larissa e suas quimeras
formoso santuário d'onde se irmanaram
restos de poesias para enfeitar minha arte
E hoje, tropeando sem rumo, observo seu aniversário
No tópico da NOP, comuna à qual convidei tal poetisa
Então vou buscando, o sumo, e preservo o amor imaginário
De um amigo de violas dolentes na passagem que se avisa:
Feliz Aniversário
Decimar Biagini
O concurso de improviso rola aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=83467701&tid=5568438036223073383
A vida e a natureza
Na tristeza do artificial
Foi-se a rara beleza
De um verde natural
Os coqueiros são de plástico
Os sonhos são comprados
O dinheiro é elástico
Para os menos abastados
Ouço conversas nas ruas
De gente humilde e entristecida
Nas esquinas mulheres nuas
Deixando suas famílias esquecidas
Que sina será a sua?
Nessa sociedade falida
A poesia ficara muda
E a canção não será ouvida
Decimar Biagini
A RECÍPROCA
Poetisa de mil encantos
recamada de luares
bordoneada de cantares
de poemas tão santos
entre distância cativa
arrinconada entre eles
horizonte de aquarelas
entre sonidos de ventos
retratas o encantamento
do céu bordado de estrelas
na quietude das águas
enquanto escuto a chuva
o urutau chora mágoas
em soluços de ansiedade
lagoa que imensidade
perdida na nossa verdade
toda de azul se reveste
na longitude virtual silvestre
Poeta de ímpar grandeza
Recheado de raiz
Deixa-me feliz
com rimas de tal beleza
mesmo à distância tamanha
cativa admiração imensa
escreve bem sobre tudo
eu leio sonhando confrontos
entre cantos de pássaros
e colho mais uma amizade
com o barulho do vento
que bate na goiabeira
ouço versos aqui dentro
preciso de escoadouro
navego até seus poemas
que valem mais do que ouro
diante do seu grande tesouro
de verve que é um estouro
Decimar Biagini & Juleni Andrade
PARCERIAS POÉTICAS
Depois de certas poesias
Os poetas então costumam
Relembrar suas parcerias
Em leituras que se aprumam
São as letras que carregam
Uma certa dose de alquimia,
Uma certa dose de teimosia,
Coletâneas que aliciam
Na junção de fatos da vida
Ungidos pela virtual amizade
Onde o soneto lhes dá guarida
Marcas da linguagem desmedida
Entre tantas afinidades
com carinho no verso em despedida.
Decimar e Nancy
O MENDIGO TROVADOR
Um jornalista
Doido por uma matéria
Resolveu explorar a miséria
De um mendigo em uma entrevista
Bom dia transeunte
Poderia dizer o que faz aqui?
E o homem num segundo
Passou então a proferir:
Eu vivo no mundo
andando sozinho
taxado de vagabundo
distanciado do ninho
minha amargura
é tropeada sem rumo
não tenho estrutura
sem ascender um fumo
Se hoje tomo uma pura
já tive esplendor e religião
Se hoje a canção não é cura
Já tive paz no coração
Eu queria uma família
Para churrasquear no domingo
Não ser pingo sem tropilha
Não ser chamado de mendigo
Agora dá licença moço da entrevista
Que o trovador precisa sobreviver
Vou ali na saída daquela missa
Pedir um trocado para comer
Decimar Biagini
OBSERVANDO A SOLIDÃO
O tosco e velho casebre abandonado
Que fez do amor uma antiga legenda
nos teus vincos, um sol ensanguentado
traz rodeios de luz em cada fenda
Já foste outrora, mística vivenda,
O único abrigo, do poeta denodado
seguro ninho de amor duma só prenda
que ali, encontrou seu bem amado
Nas horas mortas, o vento em serenata
lhe vem saudar em lúgubre sonata
num atropelo de gritos na amplidão
O tosco e velho casebre abandonado
nos teus vincos, um sol ensanguentado
tinge de rubro as tardes de solidão
Decimar Biagini
ANIVERSÁRIO DA LARISSA FADEL
Ouve-se ao longe o repicar dos sinos
Da velha amizade sem dono
ontem ainda a apontar destinos
postava na jardineira sem trono
Eram noites tenues e claras
Cantava salmos ao som de violinos
sobre altares de mármore e carraras
postava poemas peregrinos
Tal foi o esplendor daquelas eras
que hoje ainda, nas lúgubres taperas
restam minhas homenagens em toda parte
as glórias de Larissa e suas quimeras
formoso santuário d'onde se irmanaram
restos de poesias para enfeitar minha arte
E hoje, tropeando sem rumo, observo seu aniversário
No tópico da NOP, comuna à qual convidei tal poetisa
Então vou buscando, o sumo, e preservo o amor imaginário
De um amigo de violas dolentes na passagem que se avisa:
Feliz Aniversário
Decimar Biagini
O concurso de improviso rola aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=83467701&tid=5568438036223073383
PESCARIA NO PAMPA GAÚCHO E PAMPA DE TERRA E AREIA
Pirilambos por entre as macégas
São vistos em intervalado lustre
Sua luz não queima mão nem rosto
Tal como não envenenam as cobras-cegas
Ouço o relincho das ruanas éguas
E o coachar na lagoa vem de léguas
Ainda, o cochicho das tias velhas
Em fofocas de cobras criadas
As três marias brincam de carreira
Em cancha reta, na noite de lua cheia
Os boitatás rondam canhadas
Enquanto espigas de milho são roubadas
O grito mau do urutau matreiro
Me lembra de buscar a linha de fundo
Enquanto degusto uma faisqueira
E deixo o peixe fisgar, por mais um segundo
Essas coisas que acontecem na pescaria
Somente se escuta com eucaliptos em volta
A voz do açude quando some a luz do dia
É um murmurio eterno com rã na escolta
Decimar Biagini
Pampa de Terra e Areia
Noite de lua velhaca
trapaça de doce afago
abraço envolvente no dia
espalhado pela cercania
Hermanos em outro trago
costela na ponta da faca
piquete, bambu e estaca
laguna, arroio ou lago
Pretexto da pescaria
para acolherar poesia
um verso por um pescado
um mote pela ressaca
Fogueira em frente a barraca
silêncio que reina no pago
chaleira eterna que chia
enlaçada com a ventania
Parceria de mate amargo
rebrilha essa vida opaca
faz da tristeza mais fraca
em prosa de índio vago.
Wasil Sacharuk
São vistos em intervalado lustre
Sua luz não queima mão nem rosto
Tal como não envenenam as cobras-cegas
Ouço o relincho das ruanas éguas
E o coachar na lagoa vem de léguas
Ainda, o cochicho das tias velhas
Em fofocas de cobras criadas
As três marias brincam de carreira
Em cancha reta, na noite de lua cheia
Os boitatás rondam canhadas
Enquanto espigas de milho são roubadas
O grito mau do urutau matreiro
Me lembra de buscar a linha de fundo
Enquanto degusto uma faisqueira
E deixo o peixe fisgar, por mais um segundo
Essas coisas que acontecem na pescaria
Somente se escuta com eucaliptos em volta
A voz do açude quando some a luz do dia
É um murmurio eterno com rã na escolta
Decimar Biagini
Pampa de Terra e Areia
Noite de lua velhaca
trapaça de doce afago
abraço envolvente no dia
espalhado pela cercania
Hermanos em outro trago
costela na ponta da faca
piquete, bambu e estaca
laguna, arroio ou lago
Pretexto da pescaria
para acolherar poesia
um verso por um pescado
um mote pela ressaca
Fogueira em frente a barraca
silêncio que reina no pago
chaleira eterna que chia
enlaçada com a ventania
Parceria de mate amargo
rebrilha essa vida opaca
faz da tristeza mais fraca
em prosa de índio vago.
Wasil Sacharuk
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
"Por que" o poeta?
Porque diz palavras inimagináveis, que estão acima dos liames da relevância ambicionada pelo homem.
Porque tem raciocínio coerente quando quer e enlouquecido quando não quer, organiza ideias com consciência crítica, mas sequer sabe percorrer o caminho inverso daquilo que disse, daí o leitor para completar esta criatura transcendente.
Porque o mais perturbador é que a personalidade do poeta se equilibra entre os extremos. Como pode alguém fazer poesia sobre a eternidade e ao mesmo tempo não procurar qualquer ato para tornar-se imortal que não a própria escrita?
Porque o poema dele ultrapassa os indexadores da física, portanto não poderia ser explicitado nem mesmo pela inteligente teoria da relatividade.
Diante disso, é fácil concluir que seu comportamento estilhaça os paradigmas e foge das avenidas por onde transita a humanidade, pois ele caminha por linhas bilaterais em interpretações matriciais, preto no branco jamais será dessa forma enquanto houver um poeta e um leitor.
Senão vejamos, o que lhe suscito:
É difícil dar nome ao projeto do poeta
Alguns podem nomeá-lo de propósito
Mas lá estaria a ironia de sua falta de meta
Pois audacioso e multifocal é o poema ilógico
O leitor, ao investigá-lo, não muda sua natureza
Agrega valores de uma intertextualidade
E se perde ao procurá-lo, em absurda virada de mesa
O poeta carrega mais cores que a realidade
Ele pode insinuar que o pote não estaria no final do arco íris
Inclusive convencer que o mesmo é preto e branco
Apenas pelo prazer de transformar o homem em versos livres
E expandir nesse crescer a esmo o ledo engano
Certamente, em alguma oportunidade
O poeta poderá fazer o exegeta bradar a voz
Para entender a sua mais pura verdade
De outra baila, fará o mesmo perder-se a sós
Emudecendo na existência, perdendo a vaidade
Decimar Biagini
Porque tem raciocínio coerente quando quer e enlouquecido quando não quer, organiza ideias com consciência crítica, mas sequer sabe percorrer o caminho inverso daquilo que disse, daí o leitor para completar esta criatura transcendente.
Porque o mais perturbador é que a personalidade do poeta se equilibra entre os extremos. Como pode alguém fazer poesia sobre a eternidade e ao mesmo tempo não procurar qualquer ato para tornar-se imortal que não a própria escrita?
Porque o poema dele ultrapassa os indexadores da física, portanto não poderia ser explicitado nem mesmo pela inteligente teoria da relatividade.
Diante disso, é fácil concluir que seu comportamento estilhaça os paradigmas e foge das avenidas por onde transita a humanidade, pois ele caminha por linhas bilaterais em interpretações matriciais, preto no branco jamais será dessa forma enquanto houver um poeta e um leitor.
Senão vejamos, o que lhe suscito:
É difícil dar nome ao projeto do poeta
Alguns podem nomeá-lo de propósito
Mas lá estaria a ironia de sua falta de meta
Pois audacioso e multifocal é o poema ilógico
O leitor, ao investigá-lo, não muda sua natureza
Agrega valores de uma intertextualidade
E se perde ao procurá-lo, em absurda virada de mesa
O poeta carrega mais cores que a realidade
Ele pode insinuar que o pote não estaria no final do arco íris
Inclusive convencer que o mesmo é preto e branco
Apenas pelo prazer de transformar o homem em versos livres
E expandir nesse crescer a esmo o ledo engano
Certamente, em alguma oportunidade
O poeta poderá fazer o exegeta bradar a voz
Para entender a sua mais pura verdade
De outra baila, fará o mesmo perder-se a sós
Emudecendo na existência, perdendo a vaidade
Decimar Biagini
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
SONETO NÁUFRAGO
No mar azul a ilusão fez-se em pedaços
Jogados na rebentação de correntezas
Pedaços de ilusão dispersos nas profundezas
Em que as algas mantiveram os poemas escassos
Pelo sangue derramado, fez-se o mar vermelho
E da morbidez do enfarado poeta o mar morto
Do poema declamado, a ilusão de um espelho
E dos pedaços dilacerados, a desconstrução do gosto
Perdeu-se então o encanto pelo mar
E pela inquietude larga que se fizera a poesia
O poema ali não quis mais velejar
Quiçá nas profundezas ressurja a alegria
De quem um dia teve paixão pelo versar
Enquanto isso, só a maresia, e o imenso pesar
Decimar Biagini
Jogados na rebentação de correntezas
Pedaços de ilusão dispersos nas profundezas
Em que as algas mantiveram os poemas escassos
Pelo sangue derramado, fez-se o mar vermelho
E da morbidez do enfarado poeta o mar morto
Do poema declamado, a ilusão de um espelho
E dos pedaços dilacerados, a desconstrução do gosto
Perdeu-se então o encanto pelo mar
E pela inquietude larga que se fizera a poesia
O poema ali não quis mais velejar
Quiçá nas profundezas ressurja a alegria
De quem um dia teve paixão pelo versar
Enquanto isso, só a maresia, e o imenso pesar
Decimar Biagini
DE CRUZ ALTA PARA O MUNDO
Tracei em versos baguais
as esteiras do sentimento
o ardor deste momento
sobre o chão da querência
que reside na minha eloquência
pela gaúcha existência
levo na alma os sinais
de conquista primitiva
o cheiro da terra nativa
de farrapos ancestrais
da ferrea luta outrora
do Jesuíta ao Sepé
na essência do que é
o nativista da viola
da gaita e da trova
em chumaços de idealismo
na formação gauchesca
mateando à sombra fresca
do cinamomo antepassado
na improvisação gigantesca
de um poeta entusiasmado
pelo telurismo declamado
na evocação do passado
A supremacia de Castella
unida ao sangue de Portugal
Olhada hoje pela janela
Na contemplação virtual
Decimar Biagini
as esteiras do sentimento
o ardor deste momento
sobre o chão da querência
que reside na minha eloquência
pela gaúcha existência
levo na alma os sinais
de conquista primitiva
o cheiro da terra nativa
de farrapos ancestrais
da ferrea luta outrora
do Jesuíta ao Sepé
na essência do que é
o nativista da viola
da gaita e da trova
em chumaços de idealismo
na formação gauchesca
mateando à sombra fresca
do cinamomo antepassado
na improvisação gigantesca
de um poeta entusiasmado
pelo telurismo declamado
na evocação do passado
A supremacia de Castella
unida ao sangue de Portugal
Olhada hoje pela janela
Na contemplação virtual
Decimar Biagini
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
D a virtualidade
O perada por
I gnotas verdades
S alpicada
P or fakes e vaidades
E nsinamentos
S urgem
O fertando a alguns
S ujeitos
E fêmera fama
D escuidados com seu
U mbigo virtual
A ssumem uma
S uper literalidade
M agoando
E steriótipos
D ignos
I nvadindo
D iálogos amigos
A ssim são
S umariamente deletados
Decimar Biagini
O perada por
I gnotas verdades
S alpicada
P or fakes e vaidades
E nsinamentos
S urgem
O fertando a alguns
S ujeitos
E fêmera fama
D escuidados com seu
U mbigo virtual
A ssumem uma
S uper literalidade
M agoando
E steriótipos
D ignos
I nvadindo
D iálogos amigos
A ssim são
S umariamente deletados
Decimar Biagini
BEIJO NA BOCA
Ela trazia em sua boca, a fina linhagem
e tais linhas rosas encantavam o rosto
E numa paixão louca, instinto selvagem
eram minhas as formosas sucções com gosto
Há cheiro de mulher, crisol nativo
Que a fez Musa na reflexão de sua imagem
Há, venha o que vier, é instintivo
O verso abusa na explosão de sua mensagem
Ah, aqueles murmúrios loucos
Fertilizando a eternidade sem roupa
Ah, aqueles murmúrios roucos
Que começaram no beijo em sua boca
Decimar Biagini
e tais linhas rosas encantavam o rosto
E numa paixão louca, instinto selvagem
eram minhas as formosas sucções com gosto
Há cheiro de mulher, crisol nativo
Que a fez Musa na reflexão de sua imagem
Há, venha o que vier, é instintivo
O verso abusa na explosão de sua mensagem
Ah, aqueles murmúrios loucos
Fertilizando a eternidade sem roupa
Ah, aqueles murmúrios roucos
Que começaram no beijo em sua boca
Decimar Biagini