DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 31 de janeiro de 2010

COM A LUA DE TESTEMUNHA





Estavamos ali, beirando o infinito

Num só sentir, no amor mais bonito



Meu maxilar inclinava-se

Na procura do melhor cheiro

Sua nuca reclinava-se

E eu te segurava por inteiro



O verão nos consumia

A lua era nossa única testemunha

O casal então curtia

Aquilo que o amor os propunha



Era algo não descrito

Não tinha nome nem alcunha

Era um desejo esquisito

De pecar frente à lua



Decimar Biagini

NAQUELES LÚDICOS INSTANTES

Deixei temas pelos cantos, para ver
Se algum poeta uma poesia ali faria

Vieram poemas santos, em linda sabedoria
Meus cabelos brancos, de Ana Maria
Lena em medos tantos, em plena alforria
Michelle e a 1ª casa de encantos,
No passar do tempo que ela não via

Foram momentos plenos de pura alegria
Sentimentos diferenciados, emocionantes
Pela primeira vez só um leitor eu me sentia
Deixava que ambas me levassem pela mão

Naqueles lúdicos instantes...

Decimar Biagini 31/01/2010 (em três minutos de pura emoção)(agradecendo o atendimento aos motes na NOP)

sábado, 30 de janeiro de 2010

O QUE JÁ FIZ COM PALAVRAS

Eu busquei certo fundamento
Na essência da vida do poeta
Nas palavras ditas ao vento
No tempo de pura descoberta

Quis rezar, não encontrei palavras
Falei com Deus, com o Diabo
Puxei penas de anjos e suas harpas
Inclusive puxei o belzebu pelo rabo

Mas nunca compreendi certas essências
Minha sentença sempre veio da lingüística
Nas palavras, nas vozes com eloqüência
Nas faces maceradas de muita mística

Já falei de tantas coisas, em palavras tantas
Fiz parceria com poetas e poetisas
Já compus poesias que mais pareciam mantras
Já descrevi a lua, o sol, a nuvem, a brisa

Já senti coisas escrevendo que antes duvidava
Percebi as vezes que nem era eu quem falava
Mas nas lajes de pedra que o poeta escreveu
Nada foi frio, nada foi perene, foi o amor que teceu

Decimar Biagini
30/01/2010

TODOS TEMOS EXTREMOS

Sim, já conheci os extremos
No amor de meus leitores
Nas parcerias que fizemos
Ouvindo nossas tantas dores

Mas junto a mim que te fala
Entre os nossos quatro braços
É o coração que não cala
Deixando os temas escassos

O amor é uma árvore ampla e rica
Já dizia algum poeta de outra era
De rosas e espinhos se frutifica
Dos lindos jardins da primavera
Da saudade do verão que fica
Do inverno que falta não fizera
Das folhas secas de filosofia rica

Vivemos livres, somos poetas
O verso só aprisiona em catarse
Nossas obras são obras incompletas
E os poemas são filmes em cartaz
O mar vem, e lava a alma com ondas certas
Mas a obra do poema de amor, não se desfaz

Decimar Biagini
30/01/2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

ESCOLA PATERNA

A ESCOLA PATERNA................................................................

Nunca entendi aquele maluco ofício

Meu pai era o professor na escola

Falava de história, falar era seu vício

Falava de escravos vindos da Angola

Falava como poucos políticos em comício

Se orgulhava das coisas que aprendeu

Das trajetórias suas, do Estado Sou Eu

Me via nele contando sobre napoleão

E também relatava a sina de Galileu

Quem há de exprimir, libertação e escravatura

Com aula a exibir, com devoção e história pura

Senão meu pai, um maluco professor de história

Ser aluno do meu pai, foi uma medalha, uma vitória

Decimar Biagini

TRIBUNAL DO JURI

O pensamento jamais será capaz
de fazer um julgamento com sanidade
Apontar os erros dos outros é pura fuga
O Juiz humano é pecador contumaz
e o maior insano, é quem acha que julga

O que há, em verdade, é uma hipocrisia
Chamada clamor social nas mãos da democracia
Muitas vezes a mídia acusa e já sentencia
E o inocente acaba por ver o sol quadrado em seu dia

Alguns incautos falam em pena de morte
Sequer sabem o que é a foice nas mãos da tirania
A perda da liberdade já é um grande corte
Quem diz que o emprego no retorno da cadeia é garantia?

Por derradeiro, há uma distinção necessária na justiça forte
Poder-fazer jurídico (comentar e oxigenar a norma)
Poder-fazer político (criar a norma e dar o seu norte)
Poder-fazer operacional (aplicar, manter a matança e sua forma)
Poder-fazer educacional (mostrar que existe algo melhor que a morte)

Decimar Biagini 29/01/2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O POETA DA CIDADE

Mora na cidade

Um maluco das letras

A divulgar sua verdade

Sem precisar de canetas


Sua cidade é Cruz Alta

Do grande Érico Veríssimo

Seu sonho de poeta Internauta

Não é tornar-se ilustríssimo

Mas que os leitores sintam sua falta

Quando for para perto do Digníssimo


Das frases nem tão obsoletas

Da fusão de culturas

Dos redutos de virtual literatura



Ele faz poesias puras

Mostra à Musa estrelas e cometas

Planta árvores e vai às floriculturas

Toma cafés em livrarias

Cultua as boas leituras

Enfrenta existenciais invernias

Fala de coisas sem ternuras

Pinta quadros sem anti-alias

Traz leitores de muitas lonjuras

Unindo diferentes etnias



Sua cidade não tem porto

Mas é poeta do Mar

Às vezes anda envolto

Sem cais para atracar

Mas nunca deixa o poema morto

Pois existe Musa a lhe inspirar


No blog que hoje mantém por diversão

Nas comunidades de poetas co-irmãos

Ou no seu canal no youtube

Com sua declamação


Tornou-se difícil

A missão

Dos que ali

Não retornaram

Levam consigo a lembrança

Da união de versos

Das rimas que ao olhar não cansa

Dos românticos manifestos

Das histórias contadas

Das graças conquistadas

E do poético universo

Em sua alma e arte relatadas


Decimar Biagini

28/01/2010 - Sugestão do Poeta Wasil Sacharuk no Mote "Cidade"

O PRIMEIRO BEIJO E O TAL DO BATOM

Lembro-me como se ali ainda estivesse
Minha concepção individual de curiosidade
Era algo que leva a sério mais que uma prece
Fui convidado para uma festa de verdade

Era a vizinha quem promovia a festividade
Não era uma daquelas festinhas de caráter infantil
Mas uma festa no bom estilo sarau estudantil
Para mim aquilo era um upgrade à puberdade...

Então lá fui, coloquei a minha melhor colônia
Que havia ganhado de natal de uma tia querida
E fui ao aniversário da vizinha, de nome Eliana
Era a primeira festa com música, dança e bebida
E ali vi uma menina alta com batom na boca
Ela me cobiçava como se fosse o último na sua vida

Eu tinha cerca de sete anos, havia muitas meninas
Foi então que a dita menina, bem mais "adulta"
Fez uma artimanha no final da festa, com palavrinhas
Era um jogo em que as pessoas se beijavam sem culpa
Quem puxasse o nome de uma pessoa tinha que beijá-la

Minha vizinha com sua amiga em ardilosa conduta
Segurou o nome da pretendente, para depois sorteá-la
Advinha para quem que ela soltou a palavra abrupta?

Então, movido por uma impossível incompreensão
Passei a indagar-me sobre a razão do batom
Um bom teste precisa passar por fidedignidade
Aproximei então meus lábios, um medo bom
Foi meu primeiro beijo, com alguém de verdade
O resultado da experiência? Minha boca ficou marrom!!!

Decimar Biagini

28/01/2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

UM SONETO E UM AMOR

Todo poeta teria que fazer um teste
Avaliar o desempenho cardiovascular
Quando ama, seu amor é um cipreste
Faz da musa a raiz em versos a rimar

Todo poeta deveria ter uma bela companhia
Afim de um soneto de amor melhor formular
Se dois amantes estiverem no soneto todo dia
Os leitores farão dele uma novela a observar

A plasticidade fiel de um soneto ao único amor
É um vôo cego sem saber onde o verso vai parar
Distribuídos em enredos, na essência de um lícor

Algo que o poeta vai degustando devagar
Nas trilhas do improviso, a arte do amor
Num só soneto, e só um amor a lhe inspirar

Decimar Biagini27/01/2010

Aniver do primeiro beijo...

Passei aqui para dizer que mesmo não tendo nada a dizer é impossível esconder o sentimento de amor e admiração que tenho pela Musa...Parabéns a nós... Um ano...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

UM ANO DESDE O PRIMEIRO BEIJO

Uma bela pérola, um olhar para a terra nova
Muita luz, muita atração era o amor quem vinha
Algo incessante que tomava conta que devorava
Um beijo, um novo pedido, aquele frio na espinha

Foi quando o ardor de olhares ali então se trocava
Como uma Deusa foragida de seus sentidos
Ou então prevendo o amor você então me notava
E eu, bobo, percorri então caminhos desconhecidos

Contagiados por uma sede insana, o amor se entregava
Lembro hoje como quem abre um álbum de família
Inebriados numa noite bacana, o primeiro beijo se dava
Você embalou meus sonhos com uma bela crítica

Pela primeira vez na vida o meu beijo você criticava
Então, um após outro, no degrau da luz sagrada do amor
Um passo por vez, sem medida, o beijo então melhorava
Nada me faria mais feliz, que melhorar nosso beijo e seu sabor

A luz do luar caiu, veio o sol, foi-se o verão e nós dois juntos
Os astros sorriram para nós, foi-se outra estação, lá estávamos
O inverno se estendeu, foi-se então o frio, não faltaram assuntos
Do primitivo amor e da beleza antiga, fez-se a canção, e nos amávamos

Varremos as dificuldades, firmamos nosso terreno em solo confiável
Unimos nossas verdades, amamos o companheirismo sereno, sonho realizável
Então se passou um ano, desde o primeiro beijo, renunciamos ao inalcançável
Nada seguiu um plano, pois louco é o nosso desejo, pois amar é magia inquebrantável...

Decimar Biagini
27/01/2010

SONETO LIVRE À ILUSÃO POÉTICA


....................................................................

Não estou fazendo uma apologia à ilusão

Pelo contrário, estou materializando sonhos

Não estou fazendo uma melodia ao coração

Pelo contrário, estou ouvindo novas canções

.

Materializar sonhos, ouvir músicas, pisando no chão

É o que pretende esse poeta sem maiores pretensões

Eu quero que meus leitores invistam em seus corações

Procuro abrir-lhes o horizonte sensorial com a emoção

.

Quero vê-los crescer diante de seus medos e limitações

Mostrar-lhes que há algo lírico na fragilidade humana

Ver os sofrimentos sob uma perspectiva de superação

.

Relatar a vida sobre a ótica de um dia, uma semana

Mostrar outonos, invernos, primaveras e verões existenciais

Abrir-lhes a porta da poesia e não fechá-la jamais

Decimar Biagini26/01/2010

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O DIA A DIA DOS POETAS

O dia já nasceu e o sol vai alto,
alguém ainda sonha adormecido,
mas um barulho traz-lhe sobressalto,
pra muita gente o dia é corrido. (Camélia)

Esquisita saudade de matear contigo
Um dia de descanso, inquieto e incauto
Me bate a vontade de poder ter dormido
E no teu corpo santo pecar de assalto (Decimar)

Pensamentos e frases imcompletas
vão procurando rimas e quartetos
na mente sonhadora dos poetas...(Camélia)

E não são mais que seres em procura
Sempre perseguidores das palavras certas
Traspondo seus dizeres pelo bem da literatura (Decimar Biagini)

Camélia La Blanca e Decimar Biagini
25/01/2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

TOMBOS NA VIDA

Um rude brilho, foi alargando a face
Tropeçou a criança nas pedras
Levantou então, com joelho em desgaste
Entoava seu choro em mil glebas

Estendeu-lhe então a mão segura
Era um olhar rútilo de muitas eras
Disse levanta-te e anda, logo cura

As tardes então permaneceram na lembrança
Dos tropeços da vida e da materna segurança
No galope impetuoso do tempo cruel
Foi-se a mãezinha e provou-se o fel

Nunca mais seus passos foram frouxos
A partir dali tudo que tinha era uma frase
E embora entre feridas, e alguns roxos
Nem toda lembrança escrita seria catarse

Decimar Biagini
24/01/2010

POR TRÁS DO ESCRIBA

Vejo além, muito além do rumor da leitura
Uma inquietude larga que o verso propaga
É a alma do escriba que escreve na lonjura
Que o DNA não apaga, incutido na rima amarga
.
Algo de estranho corre por trás daquela escrita
Ora ele ilumina os vales, as estradas e as casas
Ora ele fulmina com chalés, paisagens e lindas matas
Incendiando a alma do leitor, culmina em brasas
.
Mas pensando bem não é nada muito estranho
Somos poetas e quantas almas nós temos
Deixá-las falar em profusão é o que devemos
.
Não nos prendamos em conceitos tacanhos
Soltemos a língua das tantas letras que gritam
Aliviemos em versos a exaustão da alma aflita
.
Decimar Biagini e Lena Ferreira2401/2010

SONETIÁLOGO DOMINICAL

Andréa, dizem que o ogro anda sumido
E apesar de sumido, é sempre lembrado
Talvez ande buscando algo do passado
Ou talvez esteja nas férias só dormindo

Decimar, o ogro está mesmo é "de cara"
com a tal coisa chamada trabalho
que não lhe dá descanso ou pausa
e o impede de versejar com o amigo

Vejo o céu, vejo os sonetos sem parceiro
Eis que surge uma nova companheira
É sua mulher, a suprir o verso matreiro

Senti a brisa, ousei um verso certeiro
ainda que não consiga o fiz em boa companhia
A doce parceria de um poeta guerreiro.

Decimar Biagini e Dhenova24/01/2010

DOMINGO DESMOTIVADOR

Vai domingo, leva comigo a ansiedade
Já vai indo? Nem deu para matar a saudade...
Calma poeta, que a tua luz tristíssima terminará
Da porta aberta a Musa lindíssima ressurgirá

Odeio o domingo, como ele vai me curar?
Não me vejo sorrindo, a saudade quer me apunhalar
Nenhuma paisagem, nenhum rouxinól, nenhum anjo
O que vejo é neblina e versos feios sem arranjo

Inpiração sem feição, gelo derretido, cerveja morna
Dor no coração, pão dormido, e a batida da bigorna

Decimar Biagini

INCURSÕES DE DIOGO NO SONETO

Prezado Poeta Diogo Fernandes
Em teu soneto, viajei aos Andes
Assoviando pela rua ao acaso
Fostes parar na proa do parnaso
.
Tão bom ver tua sábia humildade
Melhor ainda vê-la em um soneto
Tens comentários de majestade
Mandas bem individual e em dueto
.
Queria ter a honra de ver-te aqui
Ou até mesmo ali, no verso afora
Tu és como um bom livro que li

Algo que traz conforto e aflora
Não existe temática limitada a ti
Pois és Poeta do ontem e do agora

Decimar Biagini

SONHAR CONTIGO

Personifiquei cada momento

As pretensões dos namorados

Falei ao mundo e ao vento

Sobre nossos júbilos conquistados
.

Chegou a solene convicção

De que dentro de mim

Existe uma forte consagração

Que espera o teu sim

.
Eu faria aliança com os reis da terra

Adornaria de ouro a mensagem da vida

Anunciaria uma nova paz sem guerra

Revelando o amor como única saída

.
Mas nada disso é preciso

Nossos sonhos são tão realizáveis

O simples é tão precioso

E nossas graças tão alcançáveis

.
Eu me orgulho de ter alguém

Que enriquece meu viver

Por isso escolhi ao teu lado morrer

Estar contigo é um suave exercício

Percebi quando estávamos dormindo

Acompanhava teu sono desde o início

E na concha do amor, versos foram saindo


Decimar Biagini

COMENTANDO O POEMA PARA TODO O SEMPRE

Conjunto de versos e rimas intercaladas
que mostram o teu domínio das palavras
As pessoas que te lêem não ficam caladas
Recriam poemas, dando algumas pinceladas

Refiz teu poema em várias formas
Dei um final diferente e um novo começo
Fiz versos soltos e até com normas
Mas o nome (o título) continuou ileso

Gostei do que li, quem não gostaria
Mas confesso que preferia tê-lo feito
Uma inocente inveja branca eu diria

Mas fazer o que?... Inveja não tem jeito
Para Todo o Sempre criou novo jardim
Não era para refazê-lo, mas poeta é assim

Decimar Biagini
Comentando o Poema "Para Todo Sempre" de Janete do Carmo
Semeado em minha página pelo Imortal Marçal Filho...23/01/2010

NÓS NÃO MORREREMOS

Resta-me apenas dizer o quão emocionado fiquei
Em cada verso de teu escrever, poderoso me tornei
Se um dia nossas almas cansarem de nossa matéria
Iluminarão de alegria nosso império, nossa odisséia
.
Correrá uma lágrima pelos leitores mais apegados
Fechará então a página dos escritores apagados
Mas novo soneto será feito em quatorze vidas
Cada verso se multiplicará em leituras entendidas
.
Deixaremos muito a ser feito, no vão da existência
E então não terá mais jeito, não haverá decadência
Somos poetas, enganamos a morte com opulência
.
Em cada temática criou-se um raio novo de luz
E ali nascerão muitos frutos de inspiração
Leitores e suas práticas, o soneto que nos conduz
.
Decimar Biagini
Conversando com o Poeta André Fernandes23/01/2010

SONETO LIVRE AO POETA MARÇAL FILHO

Para todo o sempre poderei seguir tuas linhas
Pois lendo-as irei refazendo-as, e serão minhas"
Poema Para Todo Sempre" é inspiração sem fim
Espero que o poema jamais veja limites em mim
.
Foi de grande valia acrescentar Marçal Filho
Na janela de meu dia e no soneto que esmerilho
Enquanto uma homenagem em versos eu fazia
Marçal seguia a viagem, semeando sabedoria
.
Nos olhos de seus leitores a poesia exsurge e canta
As pupilas cheias de amores a cantar novo mantra
Nas janelas em cores, a esperar o poeta que encanta
.
As tuas sementes, poeta de inspiração infinda
Percorreram terrenos, que sequer pisastes ainda
Para teus leitores serenos, virastes poesia santa
.
Decimar Biagini23/01/2010

SONETO LIVRE ÀS MÃOS DE ANDRÉ FERNANDES

.

Achava que não tinhas nada em mente,

que já não tinhas mais o que escrever

Lá estavam tuas mãos novamente,

com um novo e belo soneto a fazer

.
Por certo tu és inspiração sem fim

Me espelho em ti e tu te espelhas em mim

Teu soneto é parnasiano, flor de jasmim

Tuas mãos de Paisano, são de querubim

.

A arpa que tu tocas é valsa celestial

O sentimento que provocas é descomunal

Uma veia poética pulsante, sensacional
.

Por certo que sonetistas bons já existiram

Mas nunca tive a oportunidade de ver um nascer

Me orgulho de te instigar de verdade, te vi crescer

.
Decimar Biagini

INDUBITAVELMENTE PODEROSO

.
Folheava súplicas de respostas
Saboreava dúvidas tão gostosas
Latejava em mim a nobre sabedoria
E Deus disse sim ao que eu queria
.
Veio então a força do discernimento
O momento de agir... é o que eu diria
Puxei as mangas e segurei o pensamento
E o firmamento a surgir, azulou o meu dia
.
De luto e de esplendor vi o suor sagrado
Era o meu sustento que ali se materializaria
E o fruto do meu labor, professor do passado
.
Deu voz ao vento e o que vi era só melhoria
A noite fez novo sentido, num frescor orvalhado
Deitado, com tempo, a Deus agradeci pelo meu dia
.
Decimar Biagini
23/01/2010

SONETO LIVRE À AMIZADE POÉTICA

Tu estás cada vez mais retilínea
Com rimas criativas e envolventes
Gosto das temáticas que alinha
E dos quatorze versos dependentes
.
Tu estás cada vez mais carismático
Com aproximações procedentes
Gosto de poetas assim simpáticos
E de seus versos que são cadentes
.
Tudo podemos nas canções em poesia
Na amizade poética e na bela melodia
No falar do amor em versos estridentes
.
Tudo podemos ao exaltar a harmonia
Na vida e na arte sermos sorridentes
Compondo versos condescendentes
.
Decimar Biagini e Lena Ferreira
2201-2010

NA PROCURA, SURGIU O POETA.

Desenvolvendo uma idéia
Na recriação de novo mundo
Refazendo uma odisséia
À procura de plano de fundo
.
Falei comigo mesmo
E conversei sem sair
Caminhei a esmo
Sem nada atingir
.
Falei do amor e da superafetação
Falei da dor e da mútua contemplação
Falei da vida e falei dos amigos
Falei da morte e dos entes queridos
.
Essa convivência com meu eu poético
Fortaleceu-me na dinâmica de valores
Fui à decadência e provei das dores
Ressurgi das cinzas em tom inquieto
.
Vi conceitos, símbolos, signos verbais
Conhecimentos e dúvidas não-verbais
Fui várias pessoas até os dias atuais
Mas aprendi a deletar a palavra jamais
.
Constatei que as práticas, os hábitos
E as circunstâncias, não são o destino
Mas o acomodamento de uma alma
Que continuava dormindo sem desatino
.
Hoje sou descontextualizado e desconectado
Sou um poeta ora inspirado, ora alienado
Alma incompleta sedenta de aprendizado
Faço da vida poesia com a Musa do meu lado
.
Decimar Biagini 22/01/2010

CAMPOS FLORIDOS

C aminhei

A té encontrar

M uitas flores enxerguei

P or todo lugar

O perfume que cheirei

S oube me conquistar

F iquei então por lá

L udibriado pelas flores

O verso não quis calar

R iu de meus amores

I maginei-me sem amar

D uvidei então das flores

O s lírios começaram a murchar

S obraram campos sem cores



Decimar Biagini

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ACORDAR CONTIGO É VIVER

.
A quela cama estava dura
Mas a companhia agradável
Dormir de conchinha, é ternura
Faz nosso sonhar realizável
.
Tua presença, beleza pura
O início do dia, memorável
Assim o que é bom perdura
E o nosso futuro é palpável
.
Começo do dia, ir à pé ao trabalho
Em pura alegria, sem pressa
Naquela sinergia, não havia atalho
Despreocupados, caminhamos a beça
.
De todos nossos planos, até aqui
Sequer nos imaginávamos lado a lado
Já passa quase um ano, e pelo que vi
Logo farei mil poemas em teus recados
.
Decimar Biagini

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

WASIL ERA UM SONETO ADORMECIDO

................................................................

Parabéns meu amigo, poeta e artista

Teu soneto genial e contemporâneo

Maltrapilho só mesmo para o altista

Que tu continues sempre espontâneo

.

E que teu brilho não suba para a vista

Teu soneto é um grito de rebelião

Ao estilo isolado de poeta pessimista

É um tapa literário na não evolução

.

Um grilo que não quer calar na entrevista

É uma crítica que ironiza e faz a diversão

De quem gosta da linguagem artística

.

Lembro de tua frase em alto e bom som

Na comuna BCL, hoje NOP oficina de criação

Tu dizias que soneto é para quem tem dom

.

Decimar Biagini

Homenagem ao vencedor do Concurso de Sonetos da NOP:

Poeta Wasil Sacharuk

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

AS IDAS E VINDAS DA MUSA

AS IDAS E VINDAS DA MUSA
.

Volte aqui, não me deixe sozinho

Vem prender o universo todo comigo

Volte aqui, deixou-me pelo caminho

Vem fazer o meu verso mais bonito

.

Vem querer muito mais que a carne

Volte depois de tomar-me de assalto

Vem sentir o mito que nos invade

Volte depois de elevar-me tão alto

.

Vem empreender em mim nova vida

Volte, pois meus nervos são incautos

Vem me fazer feliz, minha musa querida

.

Volte logo, largue os medos, voe alto

Vem tecer a teia do amor, seja atrevida

Voltou meu amor? Agora estou calmo

Decimar Biagini19/01/2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

OS OUTROS SÃO OUTROS

Todos os outros poemas
Todos os outros poetas
Todos os outros dilemas
Todos são outros, apenas

Decimar Biagini

SONETO AOS DOIS ESTRANHOS

Retorciam gemendo os corpos
Em volta da cama alguns copos
Um momento raro, flor de lótus
Ardia a carne em rumos loucos

Os mares e os céus inexistiam
O que estava ali era humano
Pecados comuns que sentiam
Não havia a fantasia do engano

Nada de sonhos primorosos
Apenas necessidade carnal
Nenhum poema, nada surreal

Lábios vermelhos e pecaminosos
Febre que estremecia as pupilas
Mãos que esculpiam corpos de argila

Decimar Biagini

SABE SONETO?

É soneto, somos só nós dois
Até nos comentários é assim
Nos encontraremos depois
Quando a inspiração tiver fim

Mas sabe soneto? Estou triste
Parece que nada mais existe
Quando a Musa vai embora
Meu mundo agora está lá fora

E fico eu aqui, da janela virtual
Esperando algo de sublime
Como consumista na vitrine

Ansioso, num vazio sem igual
Sem amigos, sem ter time
Como morrer sem ter um final

Decimar Biagini

domingo, 17 de janeiro de 2010

DEITANDO COM O SONETO

................................................................
Meu companheiro de tantas inspirações
Como é longa e cálida a voz noturna
Foi-se o domingo inteiro, fortes emoções
A vida canta e chora, entre nós é muda

Dependemos do leitor e suas intenções
Sequer dormimos com a crítica absurda
O verso treme na adrenalina que desnuda
Em cada dor, somos um pouco de camões

Opondo o mar envolto em terra firme
Os poetas descansam em escrita sublime
Por que seria diferente com nós dois?

Depois de pecados com rima e melodia
Fizemos história, então vamos aos lençóis
Já tivemos nossa glória, amanhã é novo dia

Decimar Biagini, 00h 30 min, 18/01/2010

FALANDO O IMPOSSÍVEL EM AMOR POSSÍVEL


Falo do amor fitando o olhar ansioso

Longe de mim, e até meio ufanista

Mas prefiro o amor à treva não vista

No lapidar de um bruto diamante precioso

Sou uma estrela humana cheia de erros

De decepções e sonhos, de tempo ocioso

De dias vazios, de solidão, de amor e dias cheios

Mas quando falo de amor, penso no amor

Já estou amando, e assim seguem os relatos

Em uma nova brisa, em um novo frescor

Em versos e poemas, que não são exatos

Decimar Biagini

CINCO HORAS COM A MUSA (O2)

No final de semana não a via
Procurava-a na multidão
No semáforo e na rodovia
A estranha voz na amplidão
Ao poeta não permitia
O instinto, o som do coração
O encontrar na noite e no dia

Eis que um telefonemaJ
á eram dezenove horas
Era a musa do poema
Em voz primorosa
Era o nome da rosa
O perfume da alfazema
Juntou-se o verso e a prosa
No encontro da morena

Tudo que eu pedira
Na solidão do sábado
E no findar do domingo
Ambição de quem delira
Por demais ter amado
Por sonhar sorrindo

Sou um pobre pecador sereno
Buscando o amor que julgo eterno
Sem ela meu mundo é pequeno
Nos braços dela o viver é terno

Estive na terra prometida
Enquanto desfrutei daquela companhia
Não quero mais nada da vida
Senão poder ser dela e ela ser minha

Decimar Biagini

E AGORA?


E ntre todo oceano


A chei você faz um ano
G osto quando está perto
O primido fico de plano
R asgado pelo mar aberto
A esperar ontro encontro
?
Decimar Biagini

AMORES IMPOSSÍVEIS?

O pescador que se apaixona pela sereia
O bastardo que tenta casar com a princesa
O casal que constrói seu castelo de areia
O pobre e a patricinha separados pela riqueza

O judeu que se apaixona por uma goi
O fantasma que foi visto no filme ghost
O atleta ambicioso que foi pego pelo COI
O indiano que casou pelo pomposo dote

A bruma foge com o passar do tempo
Dissipam-se a inteção e o deslumbramento
A àgua e o óleo, o moinho sem vento
Ninguém consegue manter algo sem sentimento

Decimar Biagini Janeiro de 2010
Temática sugerida: André Fernandes

VESTIDO VERMELHO

V ermelho

E ra o vestido

S eu joelho

T razia despido

I mune ao espelho

D eixava-o desmedido

O s colegas pentelhos

V aiaram na faculdade

E ntão veio o Reitor

R escindindo a matrícula

M ídia em cima, social clamor

E studiosos falaram, até Dr.

L iminar corria na Justiça

H omens diziam que ridícula

O utros demonstravam sua cobiça

Decimar Biagini

sábado, 16 de janeiro de 2010

QUANDO O POETA CHEGA NAS CASAS

O soneto sempre faz algum barulho

Seja irônico, engraçado ou de amor

Nossa arte é expressão e não entulho

E o poeta é um parceiro inspirador

.

Nossa cria trouxe-me orgulho

Já vejo o olhar atento do leitor

Cada soneto é um novo mergulho

Tu és artista, poeta, pai e professor

.

Já perdi o momento de ser pop

Mas fico feliz se a vaidade entope

Por isso vou na carona do amigo doutor

.

És também propagandista da NOP

E tua maturidade não requer ibope

Mas é algo que merece todo clamor

.

Wasil Sacharuk & Decimar Biagini

janeiro 2010

SONETO SOLIDÁRIO AO POVO HAITIANO

A cólera de Deus põe abaixo casas e prédios
Ardem em chamas os hospitais desabados
Os meus e os seus, unem-se doando remédio
Gritarias insanas, homens e animais, desolados

Rugem os alarmes, no céu, helicópteros e aviões
Sequer a ajuda pode descer, apenas a morte
Fenecer de carnes, dor cruel, soturnos clarões
Crianças a morrer, cansam na cicatriz do corte

Cortam o firmamento, anjos solidários e políticos
Repórteres retratam famintas pessoas de negra tez
A mídia a todo o momento, com dados estatísticos

Triste sina de uma nação... Por que logo com vocês?
Nenhuma arrecadação refará o que se desfez
A fome e a destruição, castigando mais uma vez

Decimar Biagini

AS RAZÕES DO COOL

Decimar é sonetista nota mil
Gaúcho de grande envergadura
Diga as razões a este poeta senil
Do cool entendido na tradução pura

Que isso meu amigo Wasil
Deixa de levar para frescura
Essa gíria americana no Brasil
Não é bem traduzida na literatura

Pelotas é famosa pela luta de espada
Não há mosqueteiro que me encante
Veja a quantidade da minha piazada

Por certo que tua cidade é afamada
Mas tu és homem que te garante
Pergunte isso à tua poetisa amada.

Wasil Sacharuk & Decimar Biagini

janeiro 2010

ACABOU O TURFE O NEGÓCIO É SONETO

Conversar com Wasil Sacharuk
É versejar em forma de completude
Obrigado pela tua improvisação
Pois o mais importante é a atitude

Decimar Biagini enseja o soneto
Rimar coisas da vida, amor e saúde
Um grande poeta aproveita o intento
Conversa de poeta atenua a vida rude

Já vi trovas poéticas e repentistas
Já ouvi doutores e declamadores
Mas ninguém é melhor que esse artista

Já li palavras proféticas e magistas
Desde escritores até comentadores
Nenhum supera meu amigo sonetista.

Decimar Biagini & Wasil Sacharuk
janeiro 2010

Soneto apontado para o "cool"

Aqui em Cruz Alta está chovendo canivete

Em breve chegará o carnaval e ouvirei ivete

Ali na Princesa do Sul, está um grande amigo

Uma pessoa muito "cool", a sonetar comigo

.

Mas essa história de "cool" tem ambiguidade

Fui olhar no dicionário e significa frescura

Como se não bastasse a fama da minha cidade

E quero ver quem escapa se a coisa fica dura

.

Quando nos leio, faço da amizade um abrigo

Sábado, soneto vespertino, muita coisa a partilhar

Um mate, soneto em desatino, a arte do versejar

.

A vida tem mais sentido frente a um soneto amigo

Numa conversa de poetas por um satélite no ar

Com um trago, um desafio e parceria para rimar.

Decimar Biagini & Wasil Sacharukjaneiro 2010

COMENTANDO TEU SONETINHO

Sonetinho da falta de soneto
Me convidou à tua leitura
Tornou-se grande no meu gueto
Em verso prosa e ternura

Tens bom domínio da linguagem
Da forma, da escrita, da estrutura
Ler-te é fazer uma bela viagem
Levanta até morto da sepultura

Pablo Rezende é nova roupagem
Na contemporânea literatura
É voar extrapolando milhagem

É perfeição na imperfeição pura
Pode ser que rimei com bobagem
Mas foi para agradecer a leitura

Decimar Biagini, 16/01/2010
Em dois minutos de puro improviso...

O ÚLTIMO POEMA

Um anseio doloroso que o vento conduz
Um rápido movimento rumo ao computador
A última dança com o poema que propus
Errante entre o céu e o inferno, sinto dor

Um tufão em minha mente se desencadeia
Dissipa-se tão ferozmente sobre a areia
O último encontro, o poema feito sem cor
Um filme em preto e branco, um poeta ator

Cismo e padeço neste bocado de palavras
Já tanto amei, já tanto sofri por amor
Levarei comigo os beijos e as mágoas

Se acaso a incauta mão insistir em prosseguir
E um novo poema se oferecer como curador
Direi não fará falta, e a amputarei logo a seguir

Decimar Biagini, Janeiro de 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O HOMEM _ ANIMAL OU DIVINO?

O HOMEM - ANIMAL OU DIVINO?

Não é o homem nada mais
Que um pecado de Deus
Um mero animal, um engano?

O homem é muito mais
Que um pecado de Deus
Distingue-se do animal, é humano!

Deus criou o homem por engano
E seu amor pelo homem o fez pecar
Não há como dizer qual era seu plano

Só sei que o homem divino
Ou o animal, se pudermos assim falar:
- É uma contradição... algo insano!!!!


Decimar Biagini

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

NÃO ACREDITE EM MIM, MAS NO AMOR

Vejo-a, comtemplo-a, amo-a, vivo-a

Com estes olhos que a terra irá ...

Sinto-a, massageio-a, aperto-a, cultivo-a

Com estas mãos que insistem em lhe ter

Não quero que creia no meu olhar

Nem mesmo nas minhas mãos

Quero apenas que tente acreditar

Naquilo que diz o meu coração

Eu sei que você pode até falar

Que a primeira estrofe foi contradição

Mas é que posso mentir elogios e carícias

Numa suposta extinta chama do passado

Mas jamais poderei avivar as coisas frias

Em suma, confie no amor em seu puro estado

E não naquele que apenas diz que pode lhe amar

Talvez eu sonhasse quando a vi na primeira vez

Ou então nem tenha percebido você ao lhe encontrar

Não há certeza no amor, tudo parte de um talvez

Talvez eu não a ame e jamais saiba a diferença

Mas sou feliz com você, e amar é uma crença

Decimar Biagini

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

NOSSAS FERRAMENTAS LITERÁRIAS

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Meu caro amigo e poeta André Fernandes
Lembra-te comigo, a meta que tinha antes
As ferramentas literárias, primeiro apanhado
As inspirações eram várias, mas o poeta focado

Vi tantas coisas por estas andanças
O teu aprimorar da perfeição estilística
Fomos propagandistas das mudanças
Precursores de uma nova ordem artística

As chamadas literaturas contemporâneas
Somos poetas da rua virtual, sem templo
Sem praça, tudo tão surreal, meio sem graça

Mas mesmo assim foram obras espontâneas
Fomos ufanistas do normal, poetas do tempo
Da graça, do impacto virtual, da poesia em massa

Decimar Biagini
Janeiro de 2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

NA COMPANHIA DAS LETRAS

NA COMPANHIA DAS LETRAS

Final de semana
Tão desejado
Corpo cansado
Mente insana,
Sonhando em voar,
Com o corpo a prender

Parece que tudo em volta
Mas nada a completar
Sentindo-se sozinha com um mundo a me rodear
Como pode um ser humano sentir-se pior

Pura utopia...
Nascemos e morreremos sós
Temos é que encontrar nossa própria companhia
Porque não há melhor
A olhar para dentro de si
Em estática de tanta apatia
Encontrar algo que está perdido
Talvez algo melhor

O que falta a essa alma pequena
Com pensamentos tão atrozes
Essa agonia que não sai do peito
Como um beija-flor que antes voava
E agora se encontra engaiolado
Moro aqui nas sombras que me rodeiam
A tentar libertar o pássaro
Com as letras a me fazer companhia

Rosângela Reis

CONFORTO À ANGÚSTIA DA MUSA

Calma minha pequena
Triste olhar por céus em fora
A vida valerá à pena
Fuja comigo, vamos embora
O deserto primeiro
Tua reflexão é quase certa
Creia no amor por inteiro
E se entregue em descoberta

Se amar é utopia
Não permita Deus que se descubra
Enquanto eu a lia
No limiar do cárcere de tua gruta
Vi que teu futuro sorria
Deixando que o amor de abraços lhe cubra

Decimar Biagini

CHASQUE DOMINICAL

Já acordaste, amigo do pago?
O delírio começa
O churrasco e o trago
Tudo de novo, a dor de cabeça
A chinoca, a maionese, o afago
As crianças em volta da mesa

E tu aí, com as guampas cheias
De alpargata e alvas meias
Cuspindo no fogo que ateias

Espero que teu domingo seja bom
E se não for nada disso que te falei
Pelo menos vê se tomas um chimarrão
Pois para a ressaca te fará bem

Decimar Biagini

SONETO LIVRE À PAIXÃO QUE PERDURA

Não quero deixar de sonhar com o que não vejo

Tampouco não sentir o calafrio quando te beijo

Quero dormir contigo e nossas almas em desejo

Em cada alucinação, do gozo ao feliz relampejo

.
Por esse amor em que no passado fiz juramento

Para toda a vida foi assim que quis no momento

A volúpia do fervor na única face que me encanta

Fez de ti mulher no altar, e eu devoto de uma só santa

.
Já aprumei meu perfil desde o início até este dia

Adaptei-me ligeiramente, pois existem sentinelas

Achei que era ligeira chama, mas o fogo se mantinha


Enquanto me fiz teu namorado, a tua rosa me recendia

Paixão cruel, loucura que me atordoou com aquarelas

Que até hoje perdura, me fazendo esperar lá da janela

Decimar Biagini

NOTUNAR BUSCA DE UM SONETO À DOIS

No ermo cipreste da noite

Que cria raízes misteriosas

Procurava companhia afoito

Lembrava de parcerias gloriosas

.

O verbo reclama o açoite

No afã de palavras carinhosas

Nos quartetos dividimos o oito

Nos tercetos fechamos a prosa

.

Não sou humilde, tampouco mediano

Sei que dentre os reis, tu és amizade

Sobre mim é a recompensa

.

Não sou modesto, só mais um insano

E reconheço o valor de um hermano

Quando escreve tanto quanto pensa

.

Wasil Sacharuk e Decimar Biagini

ENTRE OS ANÉIS E AS ÁGUAS

O que faria um homem vir a morrer
No leito da poesia imerso em zelos
Em cada eu-lírico ser ou não ser
Jogado nas tramas dos seus desvelos

O que levaria um homem a percorrer
Caminhos que insiste em refazê-los
Esmerando palavras sem poder colher
Versos que dificilmente pode entendê-los

O copo, o vinho, e o pensamento soturno
A poesia insiste em fazê-lo ébrio
Imerso nas águas de qualquer Netuno

O corpo, o sangue, o silêncio noturno
A dose que insiste em mantê-lo sóbrio
O soneto, última esmola, anel de saturno

Decimar Biagini e Wasil Sacharuk

SONETO LIVRE AO GLADIADOR ESCRAVO

Numa guerra comprada, o dedo positivo
Havia no coliseu a morte orquestrada
Teatro funéreo, luta sem qualquer motivo
A alma ridente, o sangue não era nada

Nada além de um parco caminho aflitivo
Como qualquer judeu com a vida abreviada
Um soberano prestava ao algoz o incentivo
Num novo ato mais uma morte era anunciada

A carne, o mártir, o herói desconhecido
Morre na vitória e liberta-se na derrota
Veneno lenitivo do espírito aguerrido

A dor é a arma contra um rei empedernido
De uma escória e seus prazeres idiotas
E a certeza de mais um certame concluído.

Wasil Sacharuk e Decimar Biagini

DILEMA DE BAILE DE GALPÃO

Eu vivo apertando a alegria
Na guaiaca do meu sorriso
E passo dançando com a guria
Até fazer um buraco no piso

Fico com um olho sobre-aviso
E outro olho na preocupada tia
Vejo ela balançando o guiso
Enquanto com prenda me divertia

Ensaio o compasso de boa vaneira
Vejo candeeiro no olho da prenda
E caso com ela na segunda-feira

Ainda tem a gaita de botão do Adão
Quero ver se vendo para pagar o dote
Mas daí na festa não terá vaneirão nem xote

Wasil Sacharuk e Decimar Biagini

SONETOS COM AS BOTAS CHEIAS

Nós já estávamos meio empatados
Cada qual entornou uns oito tragos
Eu já catava as letras pelo teclado
E o índio pensava em fazer o estrago

Cansados de ânsias vis e de homenagens
Trataram de apenas improvisar versos
Na virada de um copo, tortas mensagens
Os efeitos do álcool, nem tão perversos

Fizemos um exercício de vocabulário
Alternamos uns quartetos e tercetos
Soneto de bêbado não tem proprietário

Toma daqui toma de lá, o horror se arrasta
O improviso é xucrismo, um soneto não basta
Repiques de soluços, e uma tonteira nefasta

WASIL SACHARUK E DECIMAR BIAGINI

FINALEIRA POÉTICA (PATÉTICA)

Rebenta o copo e no chão eu me deito
A alma da noite faz ninar a solitude
Cada soneto ébrio, sai de um jeito
Escriba sem rótulo em parceria rude

Eu já estava, assim, tão cansado
Que até pensei em morrer amanhã
No calor tomei um trago gelado
Que me deixou com a mente sã

Eu só ouvia o ronco dos piazitos
E risos da minha prenda haragana
Tentando no xote dar uns passitos

Às vezes, tristes e sós, atirados pela chinoca
Os viventes andam solitos, cheios de saúde
E cada esquina da internet, é uma nova biboca

Decimar Biagini e Wasil Sacharuk

Soneto para ninar solitude

Rebenta o copo e no chão eu me deito
A alma da noite faz ninar a solitude
Cada soneto ébrio, sai de um jeito
Escriba sem rótulo em parceria rude

Apoiado na maravilha das tecnologias
O olho esquerdo pisca e o direito amiúde
Mais um traguinho em homenagem às gurias
Comprei doze latas lá no feste fúde

Às vezes, tristes e sós, atirados pela chinoca
Os viventes andam solitos, cheios de saúde
E cada esquina da internet, é uma nova biboca

Outras vezes penso que uma só vida é pouca
Precisaria mais vinte para chegar à completude
E a única certeza que essa vida é mesmo louca.

Decimar Biagini e Wasil Sacharuk
janeiro de 2010

O SONO E O SONETO EM DUETO

Eu já estava, assim, tão cansado
Que até pensei em morrer amanhã
No calor tomei um trago gelado
Que me deixou com a mente sã

A mão sobe em que apoia o rosto
Enquanto uma vigia o copo solito
Lá pela nona bebida, nada tem gosto
Mas o soneto, este continua bonito

Eu só ouvia o ronco dos piazitos
E risos da minha prenda haragana
Tentando no xote dar uns passitos

Já eu aqui, fico em anseios e poesia
Arte pura e inimiga dos artifícios
Que o último terceto me alforria

Wasil Sacharuk e Decimar Biagini

TAREFA INGLÓRIA

.
Maldito aquele dia, em que fiz comida
Sujeira a reviria, cozinhei sem medida
Maldito sal que entupiu minhas veias
.
Maldita banha que entupiu aquela pia
Reconheço enfim estas tarefas fatais
O Gaúcho solito só cozinha porcaria
.
Para completar a poeira pelo chão
Faz parecer da morada um galpão
O fogo que queimou minha chaleira
Espalhou picumã pela casa inteira
.
Decimar Biagini

sábado, 9 de janeiro de 2010

O QUE PRECISAMOS É AMAR

Nosso coração tem de conter a imensa chama
Não podemos temer o fogo de nossos corpos
Somos mortais, temos pecados de quem ama
Mas diante dos erros renovamos nossos votos

Quem ama não vê malícia, a faz sem sentir
A cilada do amor é achar que o sumo é utopia
Se amamos, o sonho recompensa quem insistir
Na comunhão do amor novo rumo se anuncia

Há na terra milhões de casais desentendidos
Sem nada em comum sequer um sonho a trilhar
Então se encerra uma vida sem bons motivos

Estrelas que não ganharam sequer um nome
Árvores que não puderam se ver riscar
Deixa-las morrer sem amor, é comer sem fome

Decimar Biagini, 09/01/2010

COMO É BOM SENTIR ISSO

Se eu sentisse um arrepio na espinha

E visse em minha pele pelos em pé

Sem que permitisse, a alma saberia

Que quem crê em espíritos tem fé

Pois não gosto da idéia do pó

De que valeria bater meu coração

E nada poder levar, Deus tem dó

Então por certo nos dá reencarnação

Além do inferno e do céu, algo existe

Se chama "esse mundo" que ele fez

Quem crer nisso nunca desiste

De apreciar a vida mais que uma vez

Decimar Biagini

DEUS E OS ANJOS A NOS PROTEGER

Senti teu perfume hoje a tardinha
Emudeci por instantes a sonhar
Brilhou a aurora no final do dia
Senti vontade de contigo casar

Que Deus abençoe nossa vida
Não quero mais nada do mundo
A não ser o amor como saída
É isso que desejo lá do fundo

Quedou-se a ambição pelo poder
Nada posso sem amor e sem ti
Invoco um exército de anjos aqui

Para que me ensinem a te manter
Não basta um cupido e um querubim
Quero todos, para o amor defender

Decimar Biagini

LIBERDADE TEM LIMITE

......................................................................

A liberdade é o crepúsculo do engano

Entramos num território desconhecido

Por que na verdade é triste ser humano

A palpitação das asas é algo instintivo

.

Nossa alma é pesada demais para voar

Ela contamina-se tanto, não sabe viver

Sem calma não dura, mais uma a morrer

O dia e a noite, tendem a nos sufocar

.

Precisamos juntar os dois para a libertação

Os céus se estendem em um só olhar

Não nos contentamos com uma só percepção

.

Sedentos de coisas novas nos perdemos

Voltamos novamente ao crepúsculo do útero

E o limite é logo ali, nas covas que fenecemos

Decimar Biagini


NATAL COM PAOLA




Era natal em Ipanema

Minha prima ao meu lado

Um clima de cinema

Aquele sorriso irmanado

Que faz a vida valer a pena


Por certo que hoje não estamos juntos

Mas aquela alegria eternizou-se

Mesmo longe, não esgotaremos assuntos

Pois jamais se rompe quem juntou-se


Espero que ela conquiste tudo este ano

Que não se desespere na primeira perda

Que lembre sempre do conselho hermano

E que saiba que só o saber se herda


Decimar Biagini

SONETO LIVRE E AGRADECIDO


Os poetas compareceram mais uma vez

Parceriando um soneto, amizade inspira

Nenhuma vitória, pois a taça é de vocês

Que degustando o dueto, o leitor admira

.

Ergam então com maior graça a leitura

Tragam seus comentários em soneto

Nua, entre aclamações, é a doce ternura

Do formoso eternizar da criação em dueto

.

Nada iguala o poder dos nossos leitores

O soneto jamais foi nosso, fiel vassalagem

Estremecem as mãos nos teclados motores

.

Carregamos as letras, poetas em criadagem

Diante da multidão atônita e surpresa

Observamos cometas, e relatamos a viagem

.

Decimar Biagini

Janeiro de 2010____________________________________

Agradecimentos aos leitores que respeitamos poetas Wasil Sacharuk e Decimar Biagini

LÚDICAS FÉRIAS DE VERÃO


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

QUEM SABE AMANHÃ TE VEJA*

Noite cerrada, o mate ficou lavado

Sono que nada, estou só cansado

A musa afastada, onde terá andado

Perturba-me a mudez da casa vazia

A noite fogia, enquanto versos fazia

Vejo-te bela, Musa do sorver da saudade

Quero-te na cela, mas prender é vaidade

É horrível, e feroz o curso do tic tac

Inadmissível, viver só, vou ter um ataque

Então fico aqui a esperar o amanhã

Já fazem três dias, sequer vi teu brilho

Quem sabe te veja, no sol da manhã

Ou então nessa lua, enquanto esmerilho

Um poema...

*Decimar Biagini

CAMINHO NOTURNO

C orre o verso na noite tecendo imagem
A vida poética é refúgio em nova roupagem
M aquiada com pomposidade e linda mensagem
I ncitando o poeta a percorrer caminho em miragem
N ão permite a noite que a estrofe saia cristalina na aragem
H oje então sento em frente ao computador e embarco na viagem
O descer de escadas sem que se ouçam os passos lá da garagem

N o fundo musical ainda indefinido se melancólico ou com amor de passagem
O caminho parece mudar a cor da face enquanto a saudade inspira coragem
T rato de enfrentar a solidão e transformá-la em solitude menos selvagem
U m pouco de mim se perde no caminho do verso, e turva-se a imagem
R umo ao capítulo indefinido esculpido pela nova e ansiosa mensagem
N a hora em que permaneço mudo e escuto passos na garagem
O caminho é sabido, talvez ela chegue, trazendo amor selvagem



Decimar Biagini

A CRENÇA NO NOSSO AMOR

O amor rompeu nossas limitações
Pelo cultivo da rica afetividade
Pelas trajetórias da serenidade
Pelo calor que concretizou intenções

Fizemos de nossa vida poema ambulante
Reescrevemos paulatinamente nossa história
Crescemos na ferida e na cicatriz triunfante
Na tristeza, na alegria, na derrota e na glória

Confesso, não tínhamos metas ousadíssimas
Comportávamos como qualquer ser humano
O sucesso, nós traçamos por formas erradissimas
Mas nos amamos e hoje faz quase um ano

O amor foi a base para aliviarmos a dor do outro
Amando nossos erros, quando menos merecemos
Enfrentávamos nossos medos, e ali crescemos

Nossa afetividade e mútua contemplação
Floresceu como num mitológico jardim
E a crença no mito, teve como ídolo o coração

Decimar Biagini

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

QUANDO UM POETA DECIDE DORMIR

Percorremos sonetos, textos e poemas
Com os mesmos olhos atarefados
Surgem acrósticos e poesias pequenas
E no fim, os corações parecem cansados

É quando o verso precisa de inspiratura
É quando o poeta sai a tua procura
Encontra-te nos sonhos não concretizados
E leva-te pela mão até a infinita altura

Musa das quatro estações, floco de espuma
Fostes feita de emoções, que até hoje perduram
Completude poética de ternura e magia

Embora o verso mude, tu és pura idolatria
Fiz de ti o melhor que pude, na forja da poesia
E agora vou dormir, a sonhar com nosso novo dia

Decimar Biagini

SONETO À VIDA FELIZ

Se amas, abraces a tua única ilusão
Pois é tudo que tu tens em vida
A vida é mesmo como diz a canção
Contudo, é a tua melhor saída

Toca-a em frente, fecunda-a todo sempre
Não vivas para a morte, não temas a sorte
Não fujas do destino, não prives o desatino
Viva-a sorridente, inunda-a alegremente

Se esqueces, é por que assim tu deverias
Se mereces, teu amor a ti logo te serviria
Treva e luz, paz e guerra, ódio e amor

Sem isso, teus olhos não veriam o céu
Não deixe de sonhar com o que não vês
Por isso, teus escolhos são retirados ao léu

Decimar Biagini

COPACABANA

http://www.youtube.com/watch?v=MDrku83Q2fk

C umpri meu desejo antigo
O sonho virou realidade
P raia de Copacabana e
A musa aqui comigo
C omo se não fosse verdade
A gora é só comemorar
B rindar o antigo
A dmirar o novo
N amorada a abraçar
A praia, os shows e o povo



Decimar Biagini

SONETO AO RETORNO DAS FÉRIAS

Retornei das férias em plena terça-feira
Laborei com quimeras que o suor sucederá
Desfiz as malas, finda o dia, é quarta-feira
Agora, o silêncio noturno se estenderá

Meu corpo ainda dormente, cansado da viagem
Absorto na Musa envolvente, que trouxe na bagagem
Adormeci em lembranças de fotos sobre a tela
Hoje não a vi, ela descansa, e faço votos na janela

Lá fora, enxergo a lua entre nuvens escuras
Mas existe a esperança de um novo encontro
Agora, lembro da Musa sempre... sonhos e ternuras

Virá o sol de novo, e a aurora rutilará novamente
Fiz felicidade com a Musa, mesmo nas lonjuras
Nossas férias no Rio serão comentadas para sempre

Decimar Biagini

NA BUSCA DO POEMAS SEM MUSA

Algo de estranho acontece
O versejar é minha prece
O cheiro do mar aborrece
Quando a Musa não aparece
Até o poema não cresce

A rima não me agrada
A inspiração fica encravada
A cronometragem inalterada
E a estrofe fica manchada
De palavras que não são nada

Sem a Musa, nem poema se usa
Apenas um apanhado de ansiedade
Poesia suja, sem emblema se murcha

Mas enfim, até os versos foram embora
Ficou o sentimento de saudade
E a mim, os manifestos ficaram sem glória
A fim de trazer minha verdade

Um poeta, sozinho e a espera da inspiração
Obra incompleta, sem ninho, que dilacera o coração
Sem a Musa por perto, nem poeta sou
E na busca do poema, nem poema restou

Decimar Biagini

Qual tema nos poemas mais te atrai?